Jornal de Angola

Destruídos quase dois mil quilograma­s de liamba

Serviço de Investigaç­ão Criminal desencadeo­u uma mega operação desde o ano passado em zonas da província

- Alfredo Ferreira| Bengo

Um total de 1.586 quilos de liamba foi ontem destruído em Caxito, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) da província do Bengo.

Segundo o director provincial do SIC, subcomissá­rio João Borges, que falava no acto de incineraçã­o ,as aludidas quantidade­s de estupefaci­ente foram apreendida­s desde Junho de 2017 até o corrente mês.

No decorrer desta operação, de acordo com João Borges, foram destruídas 1.305 plantas da mesma droga e detidos 41 cidadãos, todos de nacionalid­ade angolana, dos quais oito mulheres. “Os detidos, na sua maioria na faixa dos 19 aos 40 anos, estão indiciados na prática de produção, tráfico e consumo de estupefaci­ente”, disse o oficial superior da Polícia Nacional.

João Borges disse que a província do Bengo é uma das regiões do país onde se produz grandes quantidade­s de liamba, cientifica­mente chamada por cannabis. “Os municípios do Dande, Ambriz e Nambuangon­go são os maiores produtores da província”, frisou, para acrescenta­r que “a região serve também de trampolim para o tráfico no corredor Zaire/Luanda e Uíge/Luanda.”

Nesta vertente, João Borges informou ainda que foi registados um total de 40 processos-crime, dos quais 38 já estão instruídos e remetidos a juízo.

Detidos burladores

À margem do acto de incineraçã­o de liamba, o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), apresentou sete cidadãos que supostamen­te estão envolvidos na prática de furto e ofensas corporais, ameaças de morte e burla.

O porta-voz do SIC, Peterson Cassule, anunciou a detenção do cidadão que se intitula doutor William, um suposto burlador que promete arranjar bolsas de estudo para cursos de Medicina no exterior do país. “O SIC recebeu queixa de 25 cidadãos que alegam que o doutor William pedia 600 mil kwanzas em troca de uma bolsa de estudo no exterior”, disse.

Explicou que a detenção do suposto burlador foi possível devido a denúncias feitas por duas pessoas que enganar.

Foi encontrado em posse do suposto burlador um passe da Polícia Nacional com o nome de Cristiano Chakas Panguila e outro que o identifica­va como médico, com o nome de William Zolu Panguila, que para a Polícia de Investigaç­ão Criminal é falso.

Por seu lado, o acusado disse que há estudantes para se formarem na Namíbia. “Tive um conhecido que funcionou no Instituto de Bolsas de Estudo, que agora está a trabalhar na Namíbia. Portanto, é através desta pessoa que envio pessoas para este país”, sublinhou.

Perguntado sobre os dois documentos que ostentava, William Zolu Panguila fez saber que “o passe de médico obteve através de um amigo que trabalhou no Ministério da Saúde e pertencia à Ordem dos Médicos de Angola.”

Em relação ao passe da Polícia Nacional, William Panguila disse que foi um amigo do Ministério do Interior que lhe facilitou a posse. “Ele me deu o passe porque na área em que vivo há muita delinquênc­ia. Estou arrependid­o, não pensei que acabaria na cadeia”, disse.

“Tive um conhecido que funcionou no Instituto de Bolsas de Estudo, que agora está a trabalhar na Namíbia. Portanto, é através desta pessoa que envio pessoas para este país”

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MARIA JOÃO-BENGO | EDIÇÕES NOVEMBRO Efectivos da Investigaç­ão Criminal incinerara­m a droga na presença de várias entidades

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