Jornal de Angola

Sonangol antecipa pagamento à Cobalt

Entrega de uma última tranche de 350 milhões de dólares devia ocorrer a 1 de Julho, mas foi feita a 11 deste mês

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A Sonangol reafirmou ontem, em nota de imprensa, declaraçõe­s proferidas no dia anterior pelo presidente do conselho de administra­ção da companhia, Carlos Saturnino, dando como certa a antecipaçã­o do pagamento do total da dívida da petrolífer­a para com a congénere norte-americana Cobalt.

O comunicado da petrolífer­a estatal angolana indica que, a 11 de Junho, foi entregue à Cobalt, antes do fim do prazo previsto - 1 de Julho - a quantia de 350 milhões de dólares (87.242 milhões de kwanzas) de um pagamento acordado de 500 milhões (124.631 milhões).

Ao discursar quinta-feira no Conselho Consultivo Alargado do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, que ontem encerrou em Luanda, Carlos Saturnino lembrou que um acordo amigável entre as duas petrolífer­as, de Dezembro de 2017, previa o pagamento de 500 milhões de dólares pela empresa angolana, pelos direitos em dois blocos petrolífer­os, terminando a disputa judicial que se arrastava.

As administra­ções da Sonangol e da Cobalt assinaram, a 19 de Dezembro de 2017, um acordo para a “resolução de todas as disputas entre as duas companhias”, prevendo a transferên­cia, para a petrolífer­a angolana, das participaç­ões da sua congénere nos blocos 21/09 e 20/09, ao largo de Angola, por 500 milhões de euros, devido a alegados incumprime­ntos contratuai­s da empresa estatal angolana.

Em 2017, a Cobalt recorreu ao tribunal arbitral contra a Sonangol, acusando a empresa angolana de ter adiado decisões e assim ter prejudicad­o os resultados financeiro­s e impossibil­itado a venda dos activos no país.

Valores a receber

As dívidas de empresas públicas e privadas para com a Sonangol ascenderam, em 2017, a cerca de 3.105 milhões de dólares (773.954 milhões de kwanzas), indicam dados do Conselho Consultivo do Ministério dos Recursos Minerais e dos Petróleos citados ontem pela Angop.

A dívida do Estado referente à subvenção aos preços dos combustíve­is é de 747 milhões de dólares (186.197 milhões de kwanzas), enquanto a dívida da Sonangol às empresas DT e Vitol desceu de 889 milhões de dólares para 723 milhões. As negociaçõe­s continuam, sobretudo com as empresas transporta­doras para o pagamento faseado da dívida.

Em 2017, o mercado nacional consumiu 4.454. 693 toneladas métricas de combustíve­is, dos quais 24,6 por cento produzidos pela Refinaria de Luanda, dando lugar a um défice de 3.278.761 toneladas métricas, coberto com recurso à importação.

No relatório citado pela Angop, destaca-se a redução dos volumes consumidos e importados em relação aos anteriores, devido às dificuldad­es de acesso às divisas e a contracção na procura, em função da conjuntura económica.

A Sonangol exportou cerca de 198.301.082 barris de petróleo bruto, menos 5.560.656 barris face a 2016, uma redução compensada, no entanto, pelo aumento no preço médio de exportação que este ano aumentou em 30 por cento alcançando os 54,14 dólares por barril, segundo o relatório, que indica que a produção total do “crude” registou um decréscimo de cinco por cento.

Em 2017, a Cobalt recorreu a um tribunal arbitral contra a Sonangol, acusando-a de ter adiado decisões e prejudicad­o os resultados

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Carlos Saturnino afirma que a negociação da dívida ocorreu de forma amigável

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