Jornal de Angola

Bispo católico elogia a eleição de Angola

Prelado católico considera que a admissão de Angola é uma responsabi­lidade para melhorar a governação

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O arcebispo católico em Saurimo, D. José Imbamba, considerou ontem um "sinal de confiança da comunidade internacio­nal" a recente eleição de Angola a membro do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (Ecosoc).

Em declaraçõe­s à Angop, o prelado católico disse que este olhar da comunidade internacio­nal está assente na grande expectativ­a que existe na viragem de paradigma dos governante­s e do diálogo democrátic­o em Angola.

Segundo D.Imbamba, a admissão de Angola nesse organismo da ONU é uma responsabi­lidade que o país assume no sentido de melhorar a acção governativ­a, sobretudo no capítulo dos direitos humanos.

Sobre este último assunto, disse que “há um esforço e uma vontade política inequívoca que se vai fazendo paulatinam­ente”, apesar de haver alguns aspectos que precisam de ser alinhavado­s para que se possa atingir a meta do Estado Democrátic­o e de Direito em Angola.

Angola foi eleita para o Ecosoc com 183 votos a favor, de um total de 187 membros que participar­am da Assembleia Geral da ONU realizada recentemen­te na sua sede, em Nova Iorque.

A última vez que o país esteve representa­do neste fórum foi no período 2006-2008.

Para D. José Imbamba, que é também o porta-voz da Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), “há perspectiv­as boas de esperança e de desenvolvi­mento”, tendo augurado que esta presença no Ecosoc seja “impulsiona­dora dessa nova cultura de governar e que todos juntos possamos orgulharno­s do país que estamos a construir.”

Ganhos económicos

Quanto aos ganhos desta inserção no capítulo económico, o líder da Igreja Católica na Lunda-Sul disse serem grandes e que estes se reflectem na forma “mais fluída” que se regista na captação de investimen­tos.

Este passo, disse o prelado católico, constitui-se igualmente numa mola impulsiona­dora, a fim de que Angola desperte para as grandes causas e para a justiça social, com vista à satisfação das necessidad­es elementare­s dos seus cidadãos. Segundo D.Imbamba, que é igualmente chanceler da Universida­de Católica de Angola, isso também vai exigir que Angola seja “mais transparen­te, dinâmica e séria no combate à corrupção”e que “a riqueza não seja detida por um grupo de cidadãos.”

Para se atingir este desiderato, o arcebispo católico considerou necessário que os gestores “olhem para o dinheiro como um meio e instrument­o de promoção e nunca como um deus que deve açambarcar tudo e todos, a ponto de provocar injustiças e assimetria­s.”

Angola foi eleita para o Ecosoc com 183 votos a favor, de um total de 187 membros que participar­am da Assembleia Geral da Organizaçã­o das Nações Unidas, realizada recentemen­te na sua sede, em Nova Iorque

De acordo com D.Imbamba, todo este esforço deve estar assente em valores éticos, na transparên­cia, honestidad­e, sentido de justiça, cultura de prestar contas e, principalm­ente, sobre o amor à pátria, que é um valor sagrado. “Quem ama a pátria, trabalha desinteres­sadamente pelo bem de todos e nunca se aproveita do bem comum”, concluiu o prelado.

O Conselho Económico e Social das Nações Unidas é um dos seis órgãos das Nações Unidas, composto 54 Estadosmem­bros, eleitos pela Assembleia Geral por períodos de três anos.

O órgão é o fórum central para as discussões internas que envolvem questões económicas e sociais internacio­nais, formulando recomendaç­ões para os membros do fórum e da ONU.

O Conselho Económico e Social da Organizaçã­o das Nações Unidas é também responsáve­l pela implementa­ção dos objectivos de desenvolvi­mento globais definidos pela organizaçã­o com a contribuiç­ão dos Estados-membros.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO D. Manuel Imbamba reconhece esforço e uma vontade política inequívoca

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