RDC em festa quer reforço da cooperação
O embaixador da República Democrática do Congo (RDC), Didier Nyembwe, desmentiu ontem qualquer mal-estar nas relações com Angola.Segundoodiplomata, a RDC, que assinala hoje 58 anos de independência, defende o reforço da cooperação bilateral.
Após uma das mais cruéis experiências de colonização, faz hoje exactamente 58 anos, a República Democrática do Congo proclamou a sua independência da Bélgica. Este ano, a efeméride é assinalada num período politicamente conturbado, devido às incertezas que envolvem o processo eleitoral, que deverá culminar a 23 de Dezembro, com uma anunciada ida às urnas.
A guerra no Congo (antigo Zaire) terminou oficialmente em 2003, mas o país continua a ser palco de conflitos e enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo. Apesar de ser rico em diamantes, ouro e outros minérios, milhões de congoleses ainda sofrem com a letal combinação de doenças e fome, causadas pelo actual conflito, que ocorre sobretudo no Leste do país e os obriga a abandonar os seus locais de origem.
Eleito presidente em 2006, Joseph Kabila conseguiu desmobilizar vários grupos rebeldes e integrá-los no Exército congolês. No entanto, o general Laurent Nkunda rejeitou o acordo e formou uma milícia para, segundo ele, proteger os tutsis da região de Goma, na fronteira com o Rwanda.
A história do país tem sido marcada pela corrupção e guerra civil. Depois da independência, em 1960, o país teve que fazer frente a um levantamento militar e a uma tentativa de separação da província de Katanga, rica em minérios. Um ano depois, o seu primeiro-ministro, Patrice Lumumba, foi morto por tropas do Exército de Joseph Mobutu, que, 1965, tomou o poder, passou a adoptar o nome de Mobutu Sese Seko, mudando o nome do país para República do Zaire.
Em 1997, o Rwanda invadiu o Zaire, para acabar com os rebeldes extremistas Hutu, o que originou o aparecimento de grupos que passaram a lutar contra Mobutu. A capital, Kin-shasa, foi tomada e Mobutu mudou outra vez o nome do país para República Democrática do Congo.
A 27 de Novembro de 2006, após eleições gerais, Joseph Kabila tomou posse como Presidente, depois de vencer as primeiras eleições gerais em 40 anosnaRDC.Antesdisso,Kabila játinhaassumidoapresidência, a 26 de Janeiro de 2001, na sequência do assassinato do pai, Laurent-Désiré Kabila.
A partir de então, a trajectória política do Presidente Kabila confunde-se com a do próprio país, alternando altos e baixos ao sabor da instabilidade política e humanitária reinante neste país com cerca de 80 milhões de habitantes.
Neste momento, o grande objectivo é a realização de eleições, apontadas para o dia 23 de Dezembro próximo, às quais o actual Presidente já não poderá concorrer, por ter cumprido os mandatos que estão constitucionalmente previstos.