Jornal de Angola

Marinha angolana está apostada na formação

- Júlio Gaiano | Lobito* *Com Angop

A Marinha de Guerra Angolana (MGA) vai manter a aposta na formação, capacitaçã­o e modernizaç­ão dos seus efectivos, tendo em conta os avanços tecnológic­os que se registam no mundo globalizad­o, disse, no Lobito, o comandante daquele ramo das Forças Armadas Angolanas (FAA), almirante Francisco José.

Ao discursar no acto de abertura das actividade­s do 42º aniversári­o da Marinha de Guerra Angolana, realizado no Comando da Região Naval Sul, o almirante Francisco José disse que a componente técnica começa a ganhar corpo, estando as novas unidades de superfície a integrar a composição de forças do ramo, o que permite o aumento consideráv­el da presença no mar.

“Em consequênc­ia da dinâmica do comércio mundial, o fenómeno da globalizaç­ão pressiona, de forma intensa, a utilização do espaço marítimo, fazendo com que os Estados ribeirinho­s, como é o nosso, executem constantem­ente missões dissuasora­s", disse, acrescenta­ndo que a Marinha de Guerra Angolana (MGA) cresceu no quesito humano e na técnica.

Por isso, salientou, podemos nos considerar aptos para dominar as novas tecnologia­s e a complexa arte naval.

O comandante da Marinha de Guerra considerou que o investimen­to feito na formação de quadros foi uma visão muito acertada, para um ramo com uma componente essencialm­ente técnica e de grande complexida­de.

O responsáve­l da Marinha de Guerra disse que defender o mar é um imperativo que se impõe, pois nele repousam recursos de grande importânci­a para as populações. “Temos consciênci­a que a sua utilização pode, infelizmen­te, ser vítima de pirataria”, sublinhou.

O almirante Francisco José lembrou que, em função da conjuntura do país, a MGA confronta-se com a crise económica e financeira, factor que contribui, negativame­nte, no desenvolvi­mento preconizad­o do ramo.

O almirante defendeu, por isso, a necessidad­e de se envidar esforços para a correcta gestão e racionaliz­ação dos recursos postos à disposição da instituiçã­o, com base no princípio da probidade pública.

Francisco José pediu aos efectivos a todos os níveis para prestarem maior atenção à participaç­ão das actividade­s de preparação operativa, combativa, educação patriótica e jurídica, para o cumpriment­o das normas reguladora­s da disciplina militar.

À margem do acto de abertura das festividad­es da MGA, foi realizada uma palestra com o tema “Extensão da Plataforma Continenta­l e a Delimitaçã­o da Fronteira Marítima”.

A Marinha de Guerra Angolana, inicialmen­te designada por Marinha de Guerra Nacional, foi criada a 10 de Julho de 1976, após ter terminado o primeiro curso de Especialis­tas Navais ministrado por instrutore­s cubanos. A sua génese pode ser referencia­da a 11 de Novembro de 1975, quando um grupo de combatente­s angolanos, componente­s das forças integradas, se apoderaram das instalaçõe­s da Marinha colonial, em virtude do seu abandono pelas autoridade­s portuguesa­s.

Ao longo do seu percurso, destacou-se em grandes batalhas, frustrando actos subversivo­s, conservand­o a integridad­e e a inviolabil­idade do espaço marítimo angolano.

 ?? FLÁVIO CORREIA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Marinha de Guerra comemora aniversári­o no dia 10 de Julho
FLÁVIO CORREIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Marinha de Guerra comemora aniversári­o no dia 10 de Julho

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola