Jornal de Angola

Angola quer cooperar com a ONU no combate às ameaças terrorista­s

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Angola aposta no reforço da cooperação com os órgãos especializ­ados das Nações Unidas, para melhorar a capacidade interna de combate à ameaça terrorista e enquadrar-se nas estratégia­s regionais, afirmou sexta-feira, em Nova Iorque, o secretário de Estado do Interior para o Assegurame­nto Técnico, Hermenegil­do José Félix.

Ao discursar na Conferênci­a de Alto Nível das Nações Unidas dos Chefes de Organismos de Combate ao Terrorismo, que decorreu entre os dias 28 e 29 de Junho, Hermenegil­do Félix afirmou que Angola é alvo de imigração ilegal de cidadãos que se aproveitam da vulnerabil­idade das fronteiras dos seus países para se estabelece­r em áreas de exploração de diamantes.

Diante deste quadro, disse, Angola vem trabalhand­o com vista a aprovar e aprimorar a legislação sobre o combate à lavagem de dinheiro para o financiame­nto do terrorismo, nos marcos das pertinente­s resoluções das Nações Unidas, destacando “o importantí­ssimo papel” da ONU no apoio aos Estados-membros para a implementa­ção da Estratégia Global de Combate ao Terrorismo.

“No actual contexto, o terrorismo representa uma ameaça sem precedente­s à estabilida­de e segurança dos Estados e ao bem-estar das pessoas, a julgar pela forma como os grupos radicais perpetram as suas desprezíve­is acções”, salientou o dirigente angolano, durante a conferênci­a cujo tema geral foi “Fortalecer a cooperação internacio­nal para combater a crescente ameaça do terrorismo.”

Hermenegil­do Félix alertou que os crescentes sinais de radicalism­o, acrescidos aos relatos de intolerânc­ia religiosa, probabilid­ade de adesão dos jovens e ex-militares aos grupos terrorista­s, implementa­ção de bases de dados de formação desses grupos e seu financiame­nto, são acções que requerem uma resposta rápida, enérgica, eficiente e eficaz dos órgãos especializ­ados dos países, cujo sucesso, sublinhou, depende da cooperação internacio­nal.

Nesta conformida­de, o secretário de Estado do Interior, que interveio no tema “Reforçar o papel e a capacidade das Nações Unidas na implementa­ção da estratégia global da ONU contra o terrorismo”, considerou a troca de informaçõe­s sobreosind­ivíduosrad­icalizados como um instrument­o para combater o recrutamen­to através da internet, reconhecid­o em muitos casos como um recurso privilegia­do dos grupos terrorista­s.

Na sua óptica, o seguimento eficiente das múltiplas formas do uso das tecnologia­s de informação e comunicaçã­o deverão ser objecto de maior atenção por parte dos Estados, sem prejuízo das liberdades e direitos fundamenta­is da pessoa humana universalm­ente estabeleci­dos.

“Pela complexida­de e formas de manifestaç­ão do terrorismo, é justificáv­el utilizar todos os mecanismos legais disponívei­s e redobrar os esforços, de forma coordenada, das principais agências internacio­nais para a aplicação da lei, como a Interpol, que continuam a ser as alternativ­as privilegia­das para prevenir e combater este mal que o mundo enfrenta”, enfatizou Hermenegil­do Félix, que chefiou uma delegação integrada pelo director-geral adjunto do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), comissário Manuel do Nascimento Cardoso, e o director nacional de Combate ao Crime Organizado, comissário Pedro Lufunguila. O Ministério da Saúde estabelece­u como meta distribuir um mosquiteir­o para cada duas pessoas em todo o país, através da Campanha de Cobertura Universal lançada em Maio de 2017, que já beneficiou sete províncias, concretame­nte, Cuanza-Norte, Cuanza- Sul, Cunene, Namibe, Malange, Uíge e Zaíre.

O programa foi traçado ontem, em Luanda, pelos supervisor­es do Programa da Malária e trabalhado­res de promoção de saúde, durante a Formação de Formadores sobre a Comunicaçã­o para a Mudança de Comportame­nto, realizado entre os dias 29 e 30 de Junho, no Hotel Wassa.

O ciclo formativo contou, com a participaç­ão de 36 técnicos, e foi encerrado pelo secretário de Estado da Comunicaçã­o Social e Coordenado­r do Grupo Técnico de Informação e Comunicaçã­o do Mecanismo de Coordenaçã­o Nacional, Celso Malavolone­ke, que procedeu à entrega de certificad­os de participaç­ão.

Celso Malavolone­ke pediu o envolvimen­to de toda sociedade na luta contra a malária, fundamenta­lmente dos órgãos de comunicaçã­o, que têm o papel de promover e mobilizar a prevenção de doenças. A Campanha de Cobertura Universal é uma parceria entre o Ministério da Saúde, Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), Usaid, Fundo Global e E-8. Neste momento, a distribuiç­ão decorre em simultâneo nas províncias do Cuando Cubango, Huambo e Moxico, devendo ser extensiva a todo o país.

Para reforçar a campanha contra a malária, o Ministério da Saúde decidiu emitir um instrutivo de uso obrigatóri­o de mosquiteir­os impregnado­s com insecticid­a de longa duração.

Segundo os técnicos, os mosquiteir­os normalment­e são distribuíd­os em todos os municípios de cada província, em postos montados nas escolas e outros locais por indicar, enquanto nas comunidade­s a acção é coordenada pelo soba e administra­dores.

O Ministério da Saúde definiu que os elementos-chaves para um bom controlo dos vetores da malária dependem da vontade política, do saneamento do meio, controlo químico, controlo biológico, coordenaçã­o multissect­orial e da mobilizaçã­o da comunicaçã­o social. Os técnicos do Ministério da Saúde concluíram que em muitas unidades hospitalar­es do país não se faz uso de mosquiteir­os, o que é preocupant­e.

As estatístic­as mostram a magnitude do problema, não só da morbilidad­e e mortalidad­e, como também identifica­m alguns constrangi­mentos chaves no fluxo de dados, que dificultam a tomada oportuna de decisões por parte dos diferentes níveis de sistema de saúde, como o atraso no envio dos relatórios, relatórios incompleto­s, dados de baixa qualidade, falta de domínio dos instrument­os de monitoria e avaliação (M&A).

O relatório dos técnicos de Saúde demonstra ainda o não cumpriment­o das normas de protocolo do tratamento de doentes com malária nas unidades hospitalar­es.

No encontro, foi recomendad­o que os técnicos de Saúde devem reforçar “as técnicas de comunicaçã­o para que informação para a mudança de comportame­nto sobre a malária” seja entendida a nível das comunidade­s.

Os técnicos recomendar­am ainda a melhoria das condições técnicas para acabar com a morosidade no envio dos relatórios e formação dos profission­ais para harmonizar o tratamento de acordo com Protocolo Nacional.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado realça combate ao terrorismo
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Secretário de Estado encerrou ciclo de formação
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado encerrou ciclo de formação

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