Datas e toponímia
Há dias, foi manchete a oficialização de algumas datas como feriado e de celebração, facto que marca uma etapa importante da vida em Angola. Escrevo esta modesta carta para falar sobre a necessidade de se zelar também pela toponímia em todo o país. Sei que se tinha criado em tempos uma comissão para lidar com esta situação e julgo que faz muito tempo que nem água vai, nem água vem. E na verdade, neste vazio surgiu um quadro reprovável de nomeação por via da intervenção popular que está a fazer escola, com surgimento de nomes nem sempre consentâneos com o que em termos de decência, dignidade e relevância cultural tenha alguma coisa a ver connosco. Embora sói dizer-se por aí que “vox populi, vox Dei”, não sei se fica bem ao povo, de sua livre iniciativa, estar nomear bairros e ruas com nomes como “Fubú”, “Iraque”, apenas para mencionar estas designações. Pior do que isso são as designações em função da etnicidade dos povos predominantemente habitantes do referido subúrbio como “bairro Huambo”, “bairro Uíge”, “bairro Malangino”, uma tendência que deve ser condenada e reprovada. Era bom que evoluíssemos rapidamente para um estado de coisas que inviabilizasse essa forma de dar nomes aos bairros, ruas e becos porque esse procedimento está a servir como paradigma. ROGÉRIO MENDES Luanda Sul