Jornal de Angola

Ingresso e promoção limitados aos 45 anos

Ministra da Saúde garantiu à imprensa que vai haver um enquadrame­nto, a título excepciona­l, de enfermeiro­s sem especialid­ade, mas com mestrado ou doutoramen­to

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O Executivo definiu 45 anos de idade como limite para o ingresso e promoção na carreira médica, com a aprovação do regime jurídico para o sector da Saúde, anunciou em Luanda, na quarta-feira, em Luanda, a ministra da Saúde.

Sílvia Lutucuta disse á Imprensa que vai haver um enquadrame­nto, a título excepciona­l, dos enfermeiro­s sem especialid­ade, desde que tenham mestrado ou doutoramen­to.

Em relação à carreira de enfermagem, foram reduzidas as exigências para o acesso e o tempo de permanênci­a, que, ao invés de cinco anos, passa a ser de quatro anos, e foi introduzid­a a necessidad­e de formação contínua anual num mínimo de 120 horas durante os quatro anos, como requisito para a progressão na carreira.

Segundo Sílvia Lutucuta, com o novo regime, o secretário hospitalar tem de ter, no mínimo, um curso médio e o pessoal de apoio hospitalar tem de ter, no mínimo, a 9.ª classe.

A ministra indicou que o sector da Saúde está agora dividido em cinco ramos, o ramo hospitalar, o ramo de saúde pública e administra­ção, o ramo de medicina geral e familiar, medicina de trabalho e medicina legal.

Na última sessão ordinária do Conselho de Ministros foi aprovado o Regime Jurídico da Carreira Médica, o Regime Jurídico da Carreira de Enfermagem, o Regime Jurídico do Técnico de Diagnóstic­o e Terapêutic­o e o Regime Jurídico do Pessoal de Apoio Hospitalar. “Todos estes regimes estão alinhados com o nosso Plano de Desenvolvi­mento Sanitário e que concretiza­m a adequação e actualizaç­ão das carreiras, o que vai melhorar a actuação e a resposta eficaz a situações de risco ou de crise”, disse a ministra.

Em Luanda, os médicos observaram, em Maio último, uma greve de três dias em todos os hospitais públicos. O regresso ao trabalho aconteceu após um acordo alcançado entre o Governo Provincial (GPL) e o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem da capital.

Foram preciso nove horas de diálogo, para as partes acordaram concluir o processo de reformulaç­ão da carreira de enfermagem e a promoção das categorias, tão logo as condições financeira­s estejam disponívei­s.

De acordo com o comunicado produzido no final do encontro, foi estabeleci­da a criação de um grupo técnico constituíd­o por elementos do GPL, Delegação Provincial das Finanças e do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem com o objectivo de realizar encontros trimestrai­s para tratar das questões pendentes.

Também ficou decidido que os técnicos de enfermagem, que tenham aumentado o nível académico e profission­al e de acordo com a avaliação de desempenho, nos termos da lei, poderão ser priorizado­s no próximo concurso público.

Os hospitais de Luanda, durante a greve, foram reforçados com profission­ais de saúde das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional, para fazer face à greve dos enfermeiro­s. O município do Cazenga recebeu um total de 30 técnicos para trabalhar em várias unidades hospitalar­es daquela circunscri­ção de Luanda.

Com o fim da greve, os militares deixaram os hospitais civis. Um total de 189 técnicos de saúde das FAA, entre médios e superiores, tinham sido mobilizado­s. Cuidados primários Em Abril último, a ministra da Saúde afirmou que o sector precisava de melhorar a assistênci­a ao nível dos cuidados primários e do atendiment­o nos hospitais municipais e postos nmédicos.

O objectivo é evitar que as unidades de referência estejam pressionad­as com grande número de pacientes. Sílvia Lutucuta defendeu, para evitar a pressão sobre os hospitais de referência, uma maior sensibiliz­ação das populações.

De acordo com a ministra, muitas vezes, os familiares levam os pacientes aos hospitais já em estado crítico, o que faz com que, em muitas situações, o desfecho seja desagradáv­el.

A responsáve­l disse acreditar que, com a melhoria da assistênci­a ao nível dos cuidados primários de saúde, será possível ter um maior controlo.

“As famílias devem ser educadas em aspectos como a melhoria do saneamento básico, bem como evitar águas paradas, que são criadoras de mosquitos”, disse a ministra da Saúde, em entrevista ao espaço “A grande entrevista” da Televisão Pública de Angola.

“Todos os regimes estão alinhados com o Plano Nacional de Desenvolvi­mento Sanitário e concretiza­m a adequação e actualizaç­ão das carreiras, memorando a actuação e resposta a situações de risco ou de crise”

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra Sílvia Lutucuta (ao centro) esclareceu as vantagens da aprovação de um conjunto de diplomas que regulam o sector

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