“A empresa tem crescido e trazido valores para a sociedade nestes últimos cinco anos”
Em Novembro de 2012 a UNITEL Internacional adquiriu em Cabo Verde a T+, empresa de telefonia móvel até então detida por um consórcio franco-senegalês. Nessa altura, tinha 24 por cento da quota do mercado cabo-verdiano. Seis anos depois, o número quase dup
É impressão nossa ou o serviço da UNITEL T+ é mais barato em Cabo Verde do que Angola?
São realidades distintas. Angola é país extenso e com uma massa populacional maior, o que faz com que seja muito mais caro fazer chegar a rede a todo o país. Cabo Verde é um país com uma infra-estrutura mais consolidada. Objectivamente falando, o Governo de Cabo Verde tem procurado, com sucesso, criar uma dinâmica de desenvolvimento que permite ao país ter uma infraestrutura mais consolidada, melhor abrangência energética, estradas desenvolvidas e muito mais. Assim, é relativamente fácil fazer chegar a rede móvel às localidades, apesar da existência de alguns constrangimentos.
Quer dizer que a realidade condiciona e determina a política de preços? Quais são as diferenças entre a matriz e a UNITEL T+?
Entramos no mercado assentes em princípios de não discriminação, orientação para os custos e razoabilidade dos capitais próprios compatível com os padrões internacionalmente aceites que determinam a política de preços. Se os custos são mais altos, naturalmente os preços também. A UNITEL tem, normalmente, este princípio como estratégia e em Cabo Verde não é diferente. Portanto, os preços são orientados pelos princípios dos custos e a operacionalidade.
Qual é a estrutura societária da empresa?
É uma empresa de direito cabo-verdiano em que a sua estrutura accionista pertence à UNITEL Internacional.
Como contextualiza a inserção da UNITEL T+ no mercado local?
A UNITEL entrou em Cabo Verde tendo presente o compromisso do Estado de apostar na liberalização real e efectiva do mercado de telecomunicações no país. Tendo por base o modelo assente no acesso não discriminatório, transparente e orientado aos custos.Com a entrada da UNITEL T+ no mercado cabo-verdiano, verificou-se uma evolução muito relevante nos principais indicadores do mercado, como a penetração do serviço de voz e Internet. Cabo Verde está na linha da frente no seio da lusofonia, exceptuando o Brasil e Portugal. Comparado com os países africanos, em termos de indicadores de taxa de internet. Está acima de 73 por cento enquanto a média africana de acesso não passa dos 29 por cento. Quer dizer que, em cada dez cabo-verdianos mais de sete já usam e dominam as novas tecnologias. Aquilo que está a acontecer no país e, se calhar no mundo, é muito acompanhado pelo nosso consumidor. Cabo Verde consegue acompanhar rapidamente as novas tendências de forma muito atenta e agressiva.
Este é o ADN da UNITEL e que foi, desde o primeiro momento, a marca distintiva da actuação daUNITELT+nomercadocaboverdiano. Entrámos cientes de que o investimento que fizermos no desenvolvimento do país será recuperado a médio e longo prazo, por via do efeito multiplicador de riqueza que o sector das telecomunicações tem nas economias modernas. A maturidade do mercado cabo-verdiano ajuda bastante. Abro um parêntesis para salientar, a título de exemplo, que Cabo Verde tem uma democracia muito consolidada e legislação de autarquias há alguns anos, enquanto em Angola só hoje falamos da gestão independente das Administrações Municipais. Angola pode tirar proveito da experiência de Cabo Verde, temos aqui uma mais-valia para o intercâmbio de “know how”, de formação de quadros e principalmente em matéria de cooperação económica, nomeadamente da protecção dos investimentos, e na promoção de novos que possam surgir nos próximos tempos nos ramos do turismo, transportes e no sector energético. Aliás, muito recentemente o Governo publicou uma listagem de empresas públicas passíveis de serem privatizadas em 2018.
Qual é o volume de negócios da empresa e a abrangência em Cabo Verde?
A UNITEL T+ já está há dez anos no mercado local. A empresa detém 42 por cento do mercado do país, que só tem duas operadoras de telefonia móvel, designadamente a UNITEL T+ e a CVMóvel que pertence ao grupo CVTelecom, que é constituída por três empresas: CVTelecom, CVMultimedia e CVMóvel. A nossa empresa entrou no mercado em 2012 quando a UNITEL Internacional comprou a T+, que pertencia a um consórcio franco-senegalês. No momento da aquisição a T+ detinha 24 por cento de quota do mercado. Desde então, fruto da estratégia empresarial e em conformidade com a matriz, a empresa tem crescido e trazido valores para a sociedade cabo-verdiana nestes últimos cinco anos, com uma aposta forte nos segmentos de serviço móvel e Internet, além de estarmos a fazer um investimento grande na nossa rede. Portanto, era importante fazer chegar o sinal a todas as ilhas, de Santo Antão à Brava. Por ser um país insular, o normal funcionamento dos serviços de comunicações electrónicas depende directamente da robustez e fiabilidade da rede de fibra inter-ilhas que liga as dez ilhas do arquipélago num anel de fibra, contribuindo, assim, para coesão territorial, na qual existem constrangimentos próprios desta condição territorial. Naturalmente, encontramos em todas elas desafios que se colocam às operadoras para poder aceder a estas ligações e ligar os cabo-verdianos, porque o nosso negócio exige-nos chegar a todas as pessoas, famílias e empresas. A empresa tem gerado empregos directos e indirectos e contribuído, também, para o aprimoramento da formação de quadros cabo-verdianos na área das telecomunicações e afins. Respondendo concretamente à pergunta, digo que o negócio das telecomunicações tem uma contribuição