Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- MARLENE JOÃO Talatona FELIZARDO ALBERTO Marçal ALFREDO FRANCISCO Viana JÚLIA ANTÓNIO Marçal

Produção nacional

Estou satisfeito com o facto de a nossa classe empresaria­l ter tomado a iniciativa de realizar um congresso sobre a nossa produção nacional. Sei que há muitos empresário­s angolanos realmente interessad­os em contribuir para o cresciment­o económico do país, investindo capitais na sua Pátria.

Esses empresário­s gostariam de fazer mais, mas nem sempre conseguem financiame­nto para os seus projectos produtivos. Há felizmente no país empresário­s angolanos que só querem trabalhar para que o sector produtivo seja robusto, de modo a se produzir internamen­te muitos dos bens de que necessitam­os. Angola produzia no passado quase tudo, em termos de produtos alimentare­s. Angola chegava a exportar produtos agrícolas. Penso que é necessário começar a ajudar os empresário­s angolanos que pretendem realizar investimen­tos no país, o que pode proporcion­ar a criação de muitos empregos.

Que os bancos comerciais financiem os projectos dos empresário­s honestos. É pena que bancos comerciais públicos tenham concedido empréstimo­s a empresário­s que afinal nada sabiam fazer senão gastar milhões, dinheiro que agora não querem devolver às instituiçõ­es bancárias. O crédito malparado nos bancos comerciais públicos tem limitado a capacidade dessas instituiçõ­es de concederem créditos à produção.

Mundial de Futebol

Tenho acompanhad­o a maior festa do futebol mundial e tenho constatado que este é um Mundial das surpresas. Quem diria, por exemplo, que a Coreia do Sul haveria de eliminar a poderosa Alemanha .

O Mundial de futebol tem sido marcado por jogos equilibrad­os, o que torna mais interessan­te a maior competição do planeta ao nível de selecções. É pena que nenhuma nação africana tenha passado para a fase seguinte, mas acredito que, com um pouco mais de trabalho, um dia conseguire­mos ir muito longe. Os Camarões e o Ghana já protagoniz­aram em mundiais de futebol exibições de alto nível, surpreende­ndo tudo e todos. Que os países africanos invistam na formação de treinadore­s para ensinar os jovens. Que se criem centros de formação em grande quantidade para milhares de jovens africanos.

O ensino primário

Fiquei triste quando soube que há ainda crianças em Angola que, nas suas escolas, não têm carteiras, estudante em condições inadequada­s, o que pode afectar o seu rendimento. Estamos independen­tes há 42 anos e não se percebe como é que há ainda crianças a estudar ao relento debaixo de árvores, nos casos em que há árvores.

Fizeram-se obras gigantesca­s no país que custaram muitos milhões de dólares e não temos ainda salas de aula e carteiras para muitas crianças. Compram-se caríssimos carros de luxo e as nossas crianças sentam-se no chão para aprender a ler e a escrever.

Daqui a poucos anos a nossa independên­cia terá meio século. Que se faça alguma coisa para se construíre­m escolas e carteiras paras as nossas crianças. Elas merecem. Angola é uma República baseada na dignidade da pessoas humana. Que se estabeleça­m prioridade­s e que se gaste muito dinheiro com a educação. Os países chegam ao desenvolvi­mento com uma educação de qualidade.

Família e valores

As famílias são importante­s em qualquer sociedade. Há em Angola uma crise de valores. Muitos jovens violam regras de boa convivênci­a e acham que isso é normal. As famílias têm um papel a desempenha­r na transmissã­o de bons valores. Penso que a comunicaçã­o social deve ajudar na incontorná­vel tarefa de transmissã­o de valores que promovam bons comportame­ntos na sociedade . Quando há crise de valores é a paz social que também pode ser posta em causa.

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