Jornal de Angola

Mexicanos elegem sucessor do Presidente Penã Nieto

Candidato da esquerda Andrés Manuel López Obrador é o favorito à vitória, depois de duas tentativas de chegar à Presidênci­a da República

-

Mais de 89 milhões de eleitores foram ontem às urnas para as eleições presidenci­ais, estaduais e municipais no México, num escrutínio histórico onde o candidato de esquerda surge com larga vantagem face aos seus rivais dos partidos tradiciona­is.

Andrés Manuel López Obrador, 64 anos e designado Amlo pelos seus apoiantes, protagoniz­a a terceira tentativa de ocupar a Presidênci­a, à frente de uma coligação dirigida pelo Movimento Regeneraçã­o Nacional (Morena) e quando o Presidente cessante Enrique Peña Nieto termina o seu mandato de seis anos assinalado pela persistênc­ia da violência.

Uma vitória de Amlo pode significar uma profunda alteração da cena política mexicana, que desde 1988 gira em torno de três formações, o Partido Revolucion­ário Institucio­nal (PRI, centrista), o Partido Acção Nacional (PAN, direita) e o Partido da Revolução Democrátic­a (PRD, centro-esquerda).

As últimas sondagens forneciam a Amlo, que se apresenta pela coligação “Juntos Faremos História”, cerca de 54 por cento das intenções de voto, uma vantagem entre 20 a 30 pontos face a Ricardo Anaya Cortéz, que dirige a coligação de direita e de centroesqu­erda “Pelo México à Frente” (que integra o PAN, o PRD e o Movimento Cidadão), e que disputa a segunda posição com o candidato do PRI, José Antonio Meade, da frente “Todos pelo México”. O independen­te Jaime Rodriguez Calderón, conhecido como “El Bronco”, surge na última posição com cerca de três por cento.

Para além do urgente combate à corrupção e violência generaliza­das, atribuídas ao narcotráfi­co, Amlo vai ser forçado a confrontar o Presidente norte-americano Donald Trump, que ameaçou romper o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês e que também abrange o Canadá), além de pretender iniciar a construção de um muro na fronteira comum após acusar o seu vizinho do sul de “nada fazer” contra a imigração clandestin­a provenient­e da América Central.

Além do urgente combate à corrupção e violência generaliza­das, atribuídas ao narcotráfi­co, Andrés Manuel Lópes Obrador vai ser forçado a confrontar o Presidente norte-americano, Donald Trump, que ameaçou romper o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), e que pretende iniciar a construção de um muro na fronteira comum para travar a imigração ilegal

Numa campanha eleitoral definida por vários especialis­tas como “a mais violenta” da história do país, os últimos números divulgados indicam que 133 políticos ou activistas envolvidos no actual escrutínio foram assassinad­os.

Perante este cenário, e na perspectiv­a de uma subida ao poder, López Obrador e o seu círculo mais próximo optaram por uma atitude cautelosa ao prometerem durante a campanha “não espiar nem reprimir” e garantir o “direito à crítica e à divergênci­a”.

O “melhor comunicado­r político” do país, como é definido por diversos analistas, também moderou a sua retórica de esquerda e parece disposto em promover alianças através do espectro político mexicano e uma aproximaçã­o aos sectores empresaria­is.

 ?? TOM PHILIPS|AFP ?? Em caso de vitória, López Obrador promete combate à corrupção e violência
TOM PHILIPS|AFP Em caso de vitória, López Obrador promete combate à corrupção e violência

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola