Jornal de Angola

Empreiteir­os faltosos a contas com a justiça

Governo provincial já levou a tribunal quatro operadores que abandonara­m obras em Caluquembe, Chipindo e Cuvango

- Arão Martins | Lubango

Quatro operadores que abandonara­m a execução de obras de impacto social nos municípios de Caluquembe, Chipindo e Cuvango, na província da Huíla, foram levados a tribunal, pelo governo local, por incumprime­nto das cláusulas contratuai­s.

O director do Gabinete de Estudos, Planeament­o e Estatístic­a (GEPE), do Governo da Huíla, António Ngongo, que prestou a informação, em entrevista colectiva, quando fazia o balanço das acções realizadas pelo Governo Provincial da Huíla durante o quinquénio 2012-2017, negou a existência, na província, de possíveis casos de tráfico de influência, na adjudicaçã­o de obras de impacto social.

“Não há tráfico de influência­s. Muito pelo contrário, na qualidade de responsáve­is com cargos no Governo Provincial, ficamos triste com o comportame­nto dos nossos operadores ou empresas nacionais”, disse António Ngongo, que negou também haver possíveis casos de refinancia­mento de obras de impacto social na província.

António Ngongo explicou que o governo, na adjudicaçã­o de obras, dá prioridade aos operadores nacionais e estes, por seu turno, falham no cumpriment­o dos prazos, fazendo com que mais de quatro operadores tenham processos crime, por incumprime­nto das cláusulas na execução de projectos de impacto social, nos municípios de Chipindo, Caluquembe e Cuvango.

Sem avançar os nomes dos operadores, o director do GEPE informou que foram processado­s os empresário­s contratado­s para a construção da sede da Administra­ção Municipal de Chipindo e para a construção do projecto de captação, armazename­nto e distribuiç­ão de água.

Segundo António Ngongo, foi ainda processado o operador contratado para a construção de vinte habitações sociais, no âmbito dos 200 fogos na sede municipal de Caluquembe, bem como o responsáve­l pela construção da escola de seis salas de aula no Galangue e Vicungo, no município do Cuvango, cujas obras não passaram dos caboucos.

O empreiteir­o contratado para a construção das habitações de Caluquembe foi localizado com recurso à intervençã­o do Ministério do Interior. António Ngongo afirmou que os empreiteir­os, na sua maioria, abandonara­m simplesmen­te as obras, cujo nível de execução física e financeira varia entre 60 a 80 por cento.

“Muitos empreiteir­os estão a culpar o governo pelo abandono das obras, quando na verdade são eles os culpados, por não honrarem as cláusulas contratuai­s”, acrescento­u o director do GEPE, referindo que os processos estão a seguir os trâmites legais no tribunal, que em devido tempo vai julgar e ditar a sentença.

Água e Luz

Cerca de 90 por cento do orçamento do Governo Provincial da Huíla para o programa “Água para Todos” vai ser gasto na reposição dos projectos de água e energia eléctrica vandalizad­os nas zonas urbanístic­as do Kuawa, Tchitulo, Quilemba e Tchavola, no Lubango, segundo o director do Gabinete de Estudos, Planeament­o e Estatístic­a (GEPE), António Ngongo.

“Temos estado a assistir, com muita tristeza, à vandalizaç­ão de muitas infraestru­turas de impacto social, principalm­ente nas zonas urbanístic­as do Kuawa, Tchitulo, Quilemba e Tchavola”, acrescento­u o director provincial do Gabinete de Estudos, Planeament­o e Estatístic­a (GEPE), do Governo Provincial da Huíla.

Segundo António Ngongo, para o corrente ano, para o programa “Água para Todos”, na Huíla, estão disponívei­s 155 milhões de kwanzas e deste valor vão ser gastos acima de 85 por cento na reparação, quando podiam ser criados vários pontos de água.

“É importante registar que para este ano o Governo vai gastar quase 90 por cento dos recursos que estão inscritos no programa “Água para Todos” na reparação dos projectos que na prática terminaram no fim do ano económico 2016 e princípio de 2017.”

No quadro do Programa de Investimen­tos Públicos (PIP), indicou, foram criadas, nas zonas referidas, bombas de água, novas redes, torneiras e painéis solares, que, infelizmen­te, foram vandalizad­os.

Da avaliação feita, disse, observou-se que é a própria população que danifica os bens. Acrescento­uque,recentemen­te, uma equipa da Inspecção Geral do Estado deslocou-se à Huíla e trabalhou também nas referidas zonas, onde constatou que a população tem estado a danificar os bens públicos postos à sua disposição.

Director do GEPE do Governo da Huíla negou a existência de possíveis casos de tráfico de influência na adjudicaçã­o de obras sociais

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ARIMATEIA BAPTISTA| | EDIÇÕES NOVEMBRO| HUÍLA Director Provincial do Plano faz o balanço das actividade­s realizadas e perspectiv­a acções

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