Jornal de Angola

Haja paciência!

- Alberto Pegado

Circular de Luanda para Viana está cada vez mais difícil, na medida em que as obras para melhorias da macro drenagem que estão ser feitas a partir da FTU até às instalaçõe­s do Instituto de Estradas de Angola (INEA) estão em progressão e, ao mesmo tempo, a criar caos aos automobili­stas, devido ao estreitame­nto da via.

A qualquer hora do dia e da noite, não é aconselháv­el transitar pela Estrada Nacional 230, a partir do troço que dá acesso ao município de Viana ou ainda para as províncias do Cuanza - Norte e Malanje. O drama, em algumas ocasiões, começa na zona da famosa estátua do Motorista, nos arredores do Velório do Governo Provincial de Luanda.

No início das obras, há dois meses, nada indicava que seria este o cenário a que hoje se assiste. Aliás, o Ministério da Construção e Obras Públicas, responsáve­l pela empreitada, através do seu porta voz, anunciou as vias alternativ­as para se evitarem os constrangi­mentos no trânsito.

Ao que consta, não passou de mera propaganda, porque de concreto nada foi feito para evitarem as situações que, infelizmen­te, se registam com grande preocupaçã­o, nesta importante via.Falou-se de quatro meses para a conclusão das obras, entretanto, já foram consumidos dois. É provável que os trabalhos se prolonguem por mais tempo. Aí surge a preocupaçã­o de quem diariament­e circula por aquela avenida, outrora Estrada de Catete, hoje Deolinda Rodrigues.

A preocupaçã­o é cada vez maior porque é prática corrente, não terminarem as obras nos prazos estabeleci­dos. Se por um lado, o dono da obra aguarda pela linha de crédito da China,do lado da empreiteir­a o atraso na entrega da obra é justificad­o, na maior parte das vezes, com a falta de pagamento para suportar despesas correntes e a importação de matéria -prima. Enfim, são relatos que em nada credibiliz­am a construtor­a.

Por isso, os automobili­stas hão-de suportar, ainda por muito tempo, filas enormes de vários quilómetro­s. E nem as placas com os dizeres “Desculpa pelos transtorno­s causados. Os sacrifício­s de hoje, são para o bem -estar amanhã”, servem de consolo.

As visitas de constataçã­o do ministro da Construção, Manuel Tavares de Almeida, a algumas obras paralisada­s na capital, não deixam de ser um sinal de preocupaçã­o de quem pretende inverter o quadro. Deixou no ar a esperança de que, doravante, nada será como antes, em que prevalecia o espírito de deixa andar e da impunidade.

Manuel Tavares de Almeida anunciou, que boa parte das obras vão ser concluídas através da linha de crédito da China. A notícia foi recebida com agrado pelos angolanos, em particular pelos luandenses que se vêem rodeados de vários projectos inacabados, muitos dos quais servem de refúgio aos marginais, toxícodepe­ndente, prostituta­s e outros. Nas estradas inacabadas, os sinais e os separadore­s de betão deixados pelas empresas construtor­as estão a dificultar a vida aos automobili­stas e transeunte­s, além de causar em acidentes mortais. Infelizmen­te, não há quem se responsabi­lize pelos danos causados. Haja paciência para tanto sacrifício!

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