Obrador declara guerra à corrupção
Obrador promete “simplicidade e honestidade” quando anuncia que vai prescindir do avião presidencial e do palácio
O Presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, disse ontem que uma das prioridades do seu Governo será travar a corrupção e pôr fim à impunidade no país. Lopez Obrador prometeu desde o início da campanha combater os corruptos e a pobreza para travar a violência no país. Obrador venceu as presidenciais de domingo no México, com mais de 53 por cento dos votos, levando a esquerda ao poder na segunda maior economia da América Latina pela primeira vez na história.
Andrés Manuel López Obrador venceu as eleições presidenciais de domingo no México, com mais de 53 por cento dos votos, levando a esquerda ao poder na segunda maior economia da América Latina pela primeira vez na história recente do país, informaram agências internacionais de notícias.
O vencedor das presidenciais no México disse que uma das prioridades do seu Governo será travar a corrupção e pôr fim à impunidade.
López Obrador prometeu desde o início da campanha combater os corruptos e a pobreza para travar a violência no país, uma mensagem que conseguiu cativar a população, indignada com os escândalos que assolaram o mandato do Presidente cessante, Peña Nieto.
Obrador foi candidato às eleições presidenciais em 2006 e 2012. À terceira tentativa e com 64 anos, ‘AMLO’, como é vulgarmente tratado, conseguiu, enfim, vencer as eleições.
“Acho que é um homem cuja qualidade principal é a tenacidade”, considerou o escritor e historiador Paco Ignacio Taibo II, um amigo próximo de Obrador, à agência France Press.
O Presidente eleito tem a ambição de lutar contra a pobreza e o “neo-liberalismo que causou muitos danos ao México”, afirmou Taibo.
Em particular, pretende lançar grandes projectos, aumentar o salário mínimo, facilitar o acesso à Internet para todos, oferecer bolsas de estudo aos estudantes e aumentar a auto-suficiência alimentar do país.
O novo Presidente do México procurou sempre, na sua carreira política, cultivar uma imagem de simplicidade e honestidade, tentando assim se distinguir da classe política tradicional que governa o país há quase um século, a qual ele chama de “máfia do poder.”
Apesar da longa carreira política e de ter sido presidente da Cidade do México (2000-2005), López Obrador apresentou-se nestas eleições como um “anti-sistema.” Durante a campanha, garantiu que vai vender o avião presidencial, que vai transformar a residência presidencial num centro cultural, que vai reduzir para metade os salários dos altos funcionários da Administração e que continuará a viver no seu apartamento na capital mexicana.
Originário do estado de Tabasco (sudeste do país), começou a sua carreira política em 1976 no Partido Revolucionário Institucional (PRI), partido do ainda Presidente mexicano, Peña Nieto, deixando-o em 1988 para se juntar ao partido de esquerda Partido da Revolução Democrática (PRD). Em 2014, juntouse finalmente ao Morena.
Nestas eleições, foram chamadas às urnas cerca de 89 milhões de cidadãos para eleger o Presidente do país e outros 3.400 cargos públicos, incluindo governadores de oito estados e o chefe de Governo da capital do país.
A campanha eleitoral foi definida por vários especialistas como “a mais violenta” da história do país e, de acordo com o gabinete de estudos Etellekt, pelo menos 145 políticos ou activistas envolvidos foram assassinados no México, incluindo 48 candidatos ou pré-candidatos.
Trump felicita Obrador
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou a sua conta no Twitter para dar os “parabéns” ao líder de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, pela sua vitória nas eleições presidenciais mexicanas de domingo.
“Espero muito trabalhar com ele no futuro. Há muito a ser feito que beneficiaria tanto os Estados Unidos quanto o México”, escreveu Trump.
Enrique Peña Nieto, o ainda Presidente do México, bem como líderes de outros países latino-americanos felicitaram Obrador pela sua vitória nas urnas.
“Felicito Andrés Manuel López Obrador. Desejo-lhe êxito em benefício do México. A sua equipa contará com o apoio do Governo do México para realizar uma transição ordenada e eficiente. Mais uma vez acreditamos na solidez das nossas instituições e da nossa democracia”, disse Peña Nieto.