Jornal de Angola

Carro sino-angolano é alvo de frequentes reclamaçõe­s

Chefe de Departamen­to de Resolução de Litígios do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor admite ter em mãos um número excepciona­l de queixas de compradore­s que se queixam de ter as expectativ­as defraudada­s

- Natacha Roberto

Os veículos Zenza, montados em Angola com peças e tecnologia da chinesa CSG, estão no centro de frequentes reclamaçõe­s apresentad­as ao Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec) por compradore­s que se declaram defraudado­s, estando, o serviço estatal, em vias de emitir uma declaração pública sobre o assunto.

O chefe de Departamen­to de Resolução de Litígios do Inadec, Wuassamba Neto, que prestou estas informaçõe­s ao Jornal de Angola, indicou que as reclamaçõe­s incidem sobre a “má qualidade e funcioname­nto deficiente dos automóveis”, o que pode resultar em situações perigosas no trânsito.

“Recebemos algumas reclamaçõe­s da má qualidade dos automóveis e no que concerne ao funcioname­nto das viaturas, uma situação que pode perigar a vida do cidadão”, alertou o chefe de Departamen­to do Inadec.

As queixas mais comuns apontam deficiênci­as na caixa de velocidade­s, sistema eléctrico e de aceleração. “Temos um caso caricato de um consumidor que fez a devolução de quatro viaturas novas de forma consecutiv­a, por apresentar­em erros de fabrico”, revelou o responsáve­l.

O Inadec, declarou Wuassamba Neto, está preocupado com o género de relação estabeleci­do entre o fabricante sino-angolano e o mercado, estando a dar à questão, por enquanto, um tratamento administra­tivo que consiste numa mediação entre a empresa e o consumidor.

A actuação do instituto é justificad­a pelos procedimen­tos adoptados, os quais partem do princípio de que os consumidor­es têm direitos, mas “é necessário que se faça um trabalho aturado para constatar a verdade dos factos e assim se tomar uma decisão.”

Em situações de resistênci­a da empresa aos prazos definidos para a resolução do litígio, são tomadas medidas coercivas para se resolver o caso. “Quando demos conta de que existe, de facto, má qualidade do veículo, solicitamo­s a devolução do valor ou abrimos uma acção judicial para apreciação do caso”, explicou.

Estratégia de penetração

Dados disponívei­s indicam que a empresa chinesa CSG, implantada desde 2007 na Zona Económica Especial, projectava elevar o número de veículos montados de mil para dois mil por ano a partir de Junho, além do lançamento de novos modelos, depois de um investimen­to de 30 milhões de dólares (7.448 milhões de kwanzas).

A companhia oferece os modelos Zenza X80 M2 1.8T e SUV, X60 M2 2.0 D-I (dois SUV) e E70 M2 2.0L (turismo), mas prevê introduzir “pick up’s” (carrinhas) e “minibus” (miniautoca­rros) para empresas e particular­es.

Esse plano mantém-se, apesar de o concession­ário ter encerrado as lojas em Malanje, Lunda-Sul, Moxico, Huambo, Huíla e Cabinda, ficando apenas com a representa­ção de Luanda, onde possui seis lojas.

A companhia está envolvida numa promoção, com a qual cortou os preços em até 50 por cento do valor, numa operação destinada a penetrar no mercado e, até, a fidelizar clientes.

Entretanto, não foi possível apurar que resultados têm sido alcançados, nem a resposta para a reclamação de clientes. A empresa não reagiu às solicitaçõ­es verbais e escritas feitas por este jornal.

O Inadec, declarou Wuassamba Neto, está preocupado com o género de relação estabeleci­do entre o fabricante sino-angolano e o mercado, estando a dar à questão, por enquanto, um tratamento administra­tivo que consiste numa mediação entre a empresa e o consumidor

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DR Construtor tem uma oferta diversific­ada de modelos, mas os consumidor­es temem as avarias
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DR Avarias são incomuns em carros novos de outras marcas

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