Ilegais falam tchokwe para evitar interpelação
O domínio da língua nacional tchokwe, falada nas províncias da Lunda Norte e Lunda Sul, facilita a entrada de imigrantes ilegais, sobretudo da República Democrática do Congo, informou o chefe de secção de Comunicação e Imagem do Serviço de Migração e Estrangeiros na LundaSul, Rui Chiuca.
Segundo Rui Chiuca, a faixa fronteiriça que confina a Lunda-Norte e Lunda-Sul é a zona preferida de penetração dos imigrantes que, pela calada da noite, tirando proveito do domínio da língua tchokwe e auxílio de alguns cidadãos nacionais, conseguem atingir com alguma facilidade as capitais destas províncias.
Os laços de consanguinidade criados entre as etnias tchokwe, luba, kalunda e phende, aliados à semelhança de culturas, dificulta a distinção dos cidadãos nacionais e expatriados.
“A existência de bairros constituídos por membros de famílias com nomes idênticos, os casamentos tradicionais entre cidadãos de um e de outro lado dificultam a denúncia e o consequente combate à imigração ilegal”, afirmou Rui Chiuca, ao apresentar o balanço do SME no período de Janeiro a Junho deste ano, que resultou na expulsão de 137 imigrantes ilegais de várias nacionalidades.
A RDC lidera a lista de imigrantes ilegais com 106 cidadãos, seguindo-se a Costa do Marfim com dois, e GuineConacri, Zâmbia e Zimbabwe com igual número, informou o chefe de secção de Comunicação e Imagem do SME.
Na província do Zaire, a Polícia de Guarda Fronteira interpelou, nos últimos sete dias, 385 cidadãos da República Democrática do Congo, por tentativa de violação da fronteira, informou, em nota, o Comando Provincial da Polícia Nacional.
Segundo a nota, os referidos imigrantes ilegais, entregues ao SME, foram detidos em diversos pontos fronteiriços com a RDC.