Jornal de Angola

Um uso tão antigo quanto a humanidade

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O uso pelo homem de animais domésticos e selvagens na domesticaç­ão e controlo da natureza, no geral, é, na verdade, uma prática quase tão antiga quanto a própria Humanidade.

Insectos, como abelhas e borboletas, são importante­s para a polinizaçã­o e muitos usados nas grandes plantações. Os agricultor­es geralmente associam a agricultur­a à apicultura e as duas actividade­s caminham de mãos dadas. Da mesma forma, os vermes têm enorme importânci­a crucial na fertilizaç­ão dos solos. Existem mesmo grandes criadores de minhocas, para venda aos agricultor­es.

A relação entre agricultor­es e pastores foi sempre bastante tumultuada. O exemplo mais grave desse facto é o conflito entre tutsis e hutus no Rwanda, marcado pelo genocídio de 1994, que deixou o saldo de mais de 800 mil mortos, principalm­ente tutsis e hutus moderados.

São amplamente conhecidos os prejuízos causados pelo desmatamen­to com vista à criação de vastas áreas destinadas à pastorícia. Só na região da Amazónia, o fenómeno atinge entre 60 e 65 por cento, enquanto no Brasil inteiro a cifra atinge os 80%, ou seja, mais de sete milhões de hectares de florestas por ano, enquanto as terras agrícolas crescem em torno de seis milhões de hectares a cada 365 dias.

Contudo, o recurso à pastorícia é muito usado em várias regiões do mundo, na limpeza de florestas em substituiç­ão das queimadas, em que, mesmo quando realizadas com os cuidados indicados, representa­m sempre perigo para a fauna selvagem, para os animais domésticos e para o homem.

Em Portugal, o projecto“Back to Basic” ganhou grande repercussã­o devido, sobretudo, à tragédia registada em Pedrógão Grande. Há um ano, 66 pessoas morreram, 261 habitações foram atingidas e 53 mil hectares de terra destruídos devido aos incêndios florestais.

Neste caso em particular, a experiênci­a acontece devido a uma grande tragédia e, apesar das reclamaçõe­s, com a Associação Nacional de Bombeiros Profission­ais (ANBP) a lamentar a designação “cabras sapadoras”, dada ao projecto do Governo para gestão de combustíve­l florestal, consideran­do abusiva a utilização do termo sapadoras, o Executivo já anunciou que vai avançar com projectos-piloto desses animais. Um grupo de trabalho foi já criado para apoiar e acompanhar o projecto-piloto de Santa Maria da Feira nos próximos três anos.

A avançarem esses projectos, ganha mais força a ideia de que é possível e importante a interacção entre homens e animais na prevenção de incêndios e na preservaçã­o da natureza.

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