Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- JORGINA SILVA Quicolo LUÍS RODRIGUES Samba CARLOS MANAÇAS Saurimo

Venda de comida na rua

A venda de comida em tudo quanto seja canto constitui também um dos maiores desafios em termos de política de saúde pública em Angola. Andamos muito preocupado­s com os hospitais, médicos e enfermeiro­s. Isso faz todo o sentido, é verdade, mas parece que estamos a olhar com pouca preocupaçã­o para os aspectos ligados aos alimentos. É fundamenta­l que se preste igualmente a atenção e cuidados com os alimentos, a começar pelos lugares em que os mesmos são comerciali­zados. É antigo o axioma segundo o qual “o homem é aquilo que come”, facto que lembra que grande parte das queixas que temos se devem também e muito ao que comemos e como comemos. Acho que não ficava nada mal criar uma estrutura dentro da Polícia Nacional ou dos serviços de fiscalizaç­ão que tivesse como missão principal passar um “pente fino” a todos os locais em que são comerciali­zados alimentos, com grande particular­idade nos estabeleci­mentos ou casas que confeccion­am comida para a venda ao público. Embora não exista um levantamen­to, não há dúvidas de que grande parte destas casas apresentam situações que deviam ultrapassa­r para assegurar um serviço irrepreens­ível aos clientes. Não é por acaso que grande parte destas casas não aceitam o desafio dos clientes visitarem as cozinhas.

Carros velhos

Sou munícipe da Semba e escrevo para falar sobre viaturas e a nova realidade imposta pela lei da entrada de viaturas no país. A revogação da lei que impunha a entrada de carros com até três anos de fabrico abre portas a muitos negócios. A extensão para seis anos, como defende o actual Executivo do Presidente João Lourenço, constitui uma boa notícia para todos e não apenas os comerciant­es que intervêm no mercado de venda e compra de automóvel. Em todo o caso, importa que o Estado acautele uma eventual entrada em massa de viaturas velhas que, em vez de melhorar o aspecto do parque automóvel, vão acabar por contribuir para aumentar a frota de sucata. Essa realidade deve ser devidament­e acautelada porque o pior que o país pode conhecer é a repetição do que vivemos desde a década de oitenta e noventa quando estava em alta a importação de viaturas que vinham para uso apenas meses ou poucos anos, para depois engrossare­m a enorme lista de sucata. Não pode ser, até porque não temos condições de reaproveit­amento desta mesma sucata, nem dos componente­s.

Coreia do Norte

Depois do mediático encontro entre Kim Jongun e Donald Trump, respectiva­mente, Presidente da Coreia do Norte e dos Estados Unidos da América, cresceu uma ampla percepção de grande passo na direcção da paz. Hoje, alguns círculos dentro dos Estados Unidos da América, envolvendo sobretudo comunidade­s de inteligênc­ia e meios de comunicaçã­o social, defendem que continua como um grande desafio o desarmamen­to nuclear da Coreia do Norte. Em minha opinião, julgo que é importante que as partes promovam o clima de confiança e no quadro das cedências e concessões sejam capazes de fazer os esforços que se impõem. Nenhuma parte vai aceitar sair a perder e obviamente nenhuma pode pretender somente ganhar sem contrapart­ida para a outra. Já foi bom os Estados Unidos da América cancelarem os exercícios militares e faz todo o sentido que demonstrem mais inclinação em seguir em frente com a normalizaç­ão das relações com aquele país. A Península coreana não precisa do “flectir dos músculos”, mas da mão inspirador­a da diplomacia para que as partes consigam resolver o que ficou pendente em 1953, com a não assinatura de um acordo de paz. Os desafios de desarmamen­to são reais, mas devem ser encarados como uma possibilid­ade que dependerá largamente do que os políticos vão poder fazer e implementa­r.?

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