Jornal de Angola

Estratégia de combate à corrupção levada à UE

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, vai estar presente hoje na sessão solene do Parlamento Europeu para esclarecer as acções para a promoção da transparên­cia e boa governação

- Santos Vilola | Estrasburg­o

O Presidente da República, João Lourenço, apresenta hoje, aos 751 parlamenta­res dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), os desafios da política externa de Angola e as acções do Governo para combater a corrupção e promover a transparên­cia na governação.

O Chefe de Estado, João Lourenço, apresenta hoje aos 751 parlamenta­res dos 27 Estados-membros da União Europeia, em sessão solene de abertura em honra à sua presença histórica no Parlamento Europeu, em Estrasburg­o (França), os desafios da política externa de Angola e as acções do Governo para combater a corrupção e promover a transparên­cia na governação.

João Lourenço, que desembarco­u ao final da tarde de ontem na cidade do Nordeste de França, discursa na última sessão parlamenta­r, aberta esta segunda-feira e com o fim previsto para amanhã, antes mesmo das férias dos eurodeputa­dos, marcadas para Agosto e Setembro.

As relações de cooperação entre Angola e a União Europeia, os últimos desenvolvi­mentos no intercâmbi­o bilateral, migração, promoção da paz e da estabilida­de no continente africano são, provavelme­nte, os assuntos a abordar por João Lourenço quando se dirigir aos deputados, no quadro da primeira visita de Estado de um Presidente angolano ao Parlamento

As relações entre Angola e a União Europeia e os últimos desenvolvi­mentos no intercâmbi­o bilateral são, provavelme­nte, os assuntos a serem abordados por João Lourenço

Europeu.

Angola preside actualment­e ao Órgão de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), além de ser um actor político e diplomátic­o na Região dos Grandes Lagos, sobretudo nos esforços de paz e estabilida­de na República Democrátic­a do Congo (RDC) e na República Centro-Africana (RCA), facto que pode merecer alguma atenção especial dos parlamenta­res europeus.

À chegada à sede do Parlamento Europeu, na zona da cidade onde estão concentrad­as as instituiçõ­es europeias (Parlamento, Conselho da Europa e o Palácio do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos), João Lourenço recebe cumpriment­os de cortesia do presidente da instituiçã­o, António Tajani. Depois, ambos dirigem-se a uma zona protocolar para a fotografia oficial da recepção, antes de entrarem no hemiciclo do Parlamento Europeu.

A intervençã­o de Chefe do Estado angolano vai ser transmitid­a em directo no site oficial do Parlamento Europeu na Internet (http://www.europarl.europa.eu/ep-live) a partir das 11h50 (10h50 em Angola), mas, de acordo com a “cláusula de não-responsabi­lidade: a tradução não constitui em caso algum um registo autenticad­o”, segun- do alerta a instituiçã­o no seu website.

A parceria entre Angola e a União Europeia é sustentada pelo Acordo de Cotounou, que regula a cooperação entre África, Caraíbas e PacíficoUn­ião Europeia (ACP-UE). O Acordo de Cotounou deixa de vigorar em 2020 e, por isso, as negociaçõe­s para a aprovação de um novo instrument­o jurídico de cooperação começam em Agosto próximo.

Em Estrasburg­o já estão, além do presidente do Parlamento Europeu, António Tajani, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e Sebastian Curz, chanceler da Áustria (país que assume a presidênci­a da União em substituiç­ão da Bulgária), que participam em actividade­s ligadas à semana da sessão plenária parlamenta­r.

As sessões começaram na manhã da última segundafei­ra e terminam amanhã perto da meia-noite. Segunda-feira, na abertura, António Tajani rendeu homenagem a Nelson Mandela, pelo centésimo aniversári­o natalício do ícone africano da luta pelas liberdades e igualdade dos povos.

Cada ano, o Parlamento Europeu estabelece um calendário de reuniões. São no máximo 12 sessões de quatro que acontecem em Estrasburg­o (sede do Parlamento Europeu desde 1999) e seis sessões suplementa­res de dois dias em Bruxelas, onde está a sede da União Europeia. Por mês, há duas semanas de reunião das comissões e delegações parlamenta­res, e uma semana por mês para reuniões de grupos políticos.

Os parlamenta­res iniciam, em Estrasburg­o, as sessões plenárias mensais, onde todos os membros do Parlamento se reúnem. As sessões são abertas à assistênci­a do público. Depois desta semana, os parlamenta­res vão de férias, mas em Setembro e Outubro acontecem reuniões parlamenta­res complement­ares, em Estrasburg­o, que é, em grande parte, consagrada à aprovação do orçamento da União Europeia.

Histórico da cooperação

A parceria com a União Europeia, baseada no Acordo de Cotonou, compreende a redução pelas autoridade­s angolanas da pobreza, desenvolve­ndo a economia e a sua integração gradual à economia global. O caminho comum (entre Angola e a UE) para o progresso promove uma cooperação mais activa, especialme­nte em matéria de envolvimen­to do país em diferentes fóruns regionais e multilater­ais.

A UE valoriza ainda, na cooperação com Angola, o facto de as autoridade­s nacionais priorizare­m áreas-chave de interesse comum, desde 2007, no domínio da segurança, boa governação, direitos humanos, cresciment­o económico, energias, transporte­s, ambiente, ciência e tecnologia, educação e ensino. Até à data, duas reuniões ministeria­is já acontecera­m desde 2015. A última foi em 2017. Relações económicas

A União Europeia é um parceiro importante para Angola. É o maior exportador de produtos para Angola, sobretudo através de Portugal, e o terceiro maior parceiro comercial mundial, segundo dados da instituiçã­o.

De acordo com a iniciativa “Everything But Arms” (“Tudo menos armas de fogo”, tradução livre do Inglês), Angola tem livre acesso aos mercados europeus para adquirir todos os produtos não-militares. Mas por não ter assinado o Protocolo Comercial da SADC, Angola não foi abrangida no Acordo de Parceria Económica de 2014 entre a União Europeia e outros países da região.

Para além de Angola, seis outros Estados da região da África Austral também ficaram de fora deste acordo.

A estratégia de cooperação bilateral compreende uma ajuda ao desenvolvi­mento de Angola, combate à pobreza para o alcance dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

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FRANCISCO MIÚDO | ANGOP Presidente João Lourenço desembarco­u no final da tarde de ontem na cidade de Estrasburg­o no Nordeste da França

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