Angola desmente cativeiro de empresário mauritaniano

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, desmentiu, segunda-feira, informações segundo as quais o empresário e antigo candidato presidencial mauritaniano, Rachid Mustafa, estaria sob cativeiro em Angola.

Em declarações à imprensa, após participar na cimeira da União Africana (UA), em Nouakchott, Mauritânia, Manuel Augusto afirmou que Rachid Mustafa sofreu um acidente aéreo, a bordo de um avião que saía de Ponta Negra, na vizinha República do Congo, com destino a Luanda.

Rachid Mustafa desapareceu no dia 21 de Maio de 2010, quando viajava de Ponta Negra (República do Congo) para Luanda, num avião do grupo angolano Chicoil, sem que o aparelho (um B-200), de fabrico norte-americano tenha deixado rasto, explicou o ministro.

Manuel Augusto disse que as buscas efectuadas na altura pelas autoridades angolanas não permitiram localizar os destroços do avião, muito menos confirmar que o acidente tivesse efectivamente ocorrido em território nacional.

As autoridades angolanas, acrescentou, sempre lidaram com Rachid Mustafa como um empresário mauritaniano que desenvolvia normalmente a sua actividade empresarial em território angolano, e nunca tiveram conhecimento de que se tratava de um excandidato presidencial.

Numa carta alegadamente endereçada ao ministro angolano das Relações Exteriores, que está a circular nas redes sociais, a família de Rachid Mustafa pede a intervenção do Executivo angolano para o esclarecimento do caso.

Um jornalista mauritaniano quis saber do ministro se Angola tinha conhecimento de que Rachid estaria vivo e sob custódia de uma pessoa não identificada que o mantinha sob cativeiro, no país, tal como alegado pela família e conforme se aventa na Mauritânia.

Manuel Augusto declarou que as autoridades angolanas desconhecem tal facto e que, a admitir-se a possibilidade de Rachid Mustafa estar vivo, o seu suposto cativeiro, também a existir, não estaria certamente a acontecer em território angolano, mas num outro país qualquer.

Descrito como um “riquíssimo homem de negócios”, originário da localidade de Guerou, em Assaba, Leste da Mauritânia, Rachid Mustafa foi candidato presidencial em 2007, segundo informações a circular naquele país do noroeste africano.