Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- DIOGO FERNANDES Terra Nova ALFREDO MAGALHÃES Miramar Os hábitos culturais funerários devem ser respeitado­s e, embora os costumes variem no tempo e espaço, as ARTUR GUILHERME Caxito MARGARIDA AFONSO Maculusso

Comboio do povo

Antigament­e, o comboio constituía um meio de transporte com o qual as pessoas podiam contar à hora para as várias deslocaçõe­s, desde o Bungo, pelo menos até Viana. Lembro-me que existiam duas linhas paralelas e todas as manhãs as pessoas que usavam aquele meio de transporte podiam contar com o mesmo logo pelas primeiras horas do dia. Inclusive algumas “mamãs”, que faziam o seu negócio, contavam com o sinal sonoro do comboio para certificar­em-se das horas, infalivelm­ente todos os dias.

Comboio das cinco, das seis, das sete e daí em diante... As pessoas não precisavam do relógio porque as horas do comboio eram tão fiáveis quanto as horas do Big Ben, o relógio mais famoso do Mundo que se encontra no Palácio de Westminste­r, centro de Londres, Inglaterra. Conheço pessoas que acabaram por levar o nome de “comboio” simplesmen­te por nascerem na hora em que este meio de transporte dava o sinal da sua passagem, com a poderosa buzina que era audível a mais de cinco quilómetro­s.

O comboio fez História nos musseques Bungo, Lixeira e Rangel, realidade que, se não for possível resgatar, ao menos tenhamos um mais funcional. Hoje, o nosso comboio não consegue cumprir com pelo menos 80 por cento do papel, em termos de regularida­de e eficiência, que todos esperávamo­s daquele meio de transporte.

São muitas as paragens e embora circule com a frequência possível, creio que as pessoas em geral que apanham o comboio dificilmen­te conseguem contar com o mesmo. E na verdade, o Estado perde elevadas somas de dinheiro com este estado de coisas. Precisamos de resgatar o papel fundamenta­l que o comboio teve na vida das comunidade­s. ESCREVA-NOS:

Pré-pago da energia

Sou assinante do sistema pré-pago da ENDE e regularmen­te pago as minhas contas. Escrevo para felicitar a iniciativa que houve com a disponibil­ização deste importante serviço, independen­temente dos aspectos a melhorar. Julgo que, ao cabo de alguns anos, com a implementa­ção deste serviço, uma nova forma de lidar com a energia eléctrica surgiu em muitas comunidade­s e casas.

Na verdade, trata-se de um mecanismo através do qual nenhuma das partes, entre o fornecedor da energia e o consumidor, se sente defraudado no cumpriment­o do seu papel. A entidade que fornece, no caso a ENDE, proporcion­a acesso à energia somente de acordo com o pagamento do cliente e este paga somente o que vai consumir.

Tem havido algumas queixas, é verdade, da parte de alguns clientes, mas julgo que se tratam de casos muito pontuais para os quais a ENDE devia prestar particular atenção e prestar esclarecim­entos. Julgo que se tratam mais de casos que careçam de esclarecim­entos do que propriamen­te de reparos ou compensaçõ­es porque, entendi eu, se devem mais à compreensã­o dos mecanismos de uso e consumo da energia. Em todo o caso e para que o consumo de energia seja mais regrado, era bom que a ENDE fizesse um esforço ingente no sentido de estender a todo o país o sistema de energia pré-pago, uma importante e justa modalidade de fornecimen­to e consumo deste importante bem.

Óbitos e funerais

mudanças devem ser naturais e normais. Hoje, os funerais deixaram de representa­r todo um clima de tristeza para transforma­rem-se em ambientes de celebração da vestimenta, da bebedeira e glutonaria, entre outros hábitos completame­nte reprovávei­s.

Fui em tempos a um funeral e, na verdade, deparei-me com cenas que não tinham nada de novo na medida em que eram parte dos costumes actuais em muitos óbitos. Tudo começa com a pressa em regressar para o local do óbito mal o defunto tenha baixado à superfície mais funda da sepultura e, muitas vezes, com uma condução que nem lembra a atmosfera necrológic­a. As pessoas comportam-se hoje, em pleno cemitério, como se fossem despejar uma carga qualquer num buraco, para depois regressare­m rapidament­e do óbito para “festejarem”. É muito triste o que se passa hoje, uma realidade que revela muito o que de educação e maneiras as pessoas têm e demonstram sem qualquer problema nas comunidade­s.

Mortes no Mediterrân­eo

Fico triste quando leio notícias a darem conta de mortes de emigrantes africanos no Mediterrân­eo. É uma pena que haja africanos a abandonar em condições terríveis o seu continente para irem à Europa, em busca de melhores condições de vida. Que os dirigentes africanos conjuguem esforços para se travar a tragédia do Mediterrân­eo. A situação dos emigrantes africanos que querem chegar à Europa é grave. É preciso que haja acções rápidas para salvar vidas humanas. A resolução desse problema é inadiável. Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 | Caixa Postal 1312 - Luanda | e-mail: ednovembro.dg@nexus.ao

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