Jornal de Angola

Reviva aumenta produção de cosméticos

Vinte e quatro unidades fabris implantada­s no país têm um potencial de 300 mil toneladas, mas produzem apenas 60 mil

- Victorino Joaquim

De uma capacidade instalada de 300 mil toneladas por ano de produtos de higiene e cosméticos, as 24 unidades que operam nessa indústria expedem para o mercado apenas 60 mil toneladas, ou seja, 20 por cento do potencial de produção, afirmou na sextafeira, em Luanda, a ministra da Indústria.

Bernarda Martins realçou a necessidad­e de se aumentar a produção nacional para reduzir a importação, principalm­ente de produtos acabados, sendo este um dos principais desafios traçados pelo Executivo.

A ministra falava à imprensa no final do acto de lançamento de uma nova linha de produtos de higiene e cosméticos da empresa Reviva, detida pelo Grupo Nuvibrands, e reconheceu a inclinação do sector privado por essa indústria, que já produz para quase todos os segmentos desse mercado.

Apesar da vasta diversific­ação de produtos, disse Bernarda Martins, o sector privado continua a lançar no mercado novas gamas. “Hoje acabamos de assistir ao lançamento da linha de produtos para bebé, denominada ‘L’enfance’, que vai permitir maior cuidado com as crianças angolanas”, salientou a ministra.

Com a redução da importação, os produtores nacionais terão maior oportunida­de para impulsiona­rem os seus negócios e contribuir para a criação de emprego, mas a ministra admitiu não ser ainda possível deixar de recorrer ao estrangeir­o para a aquisição da matéria-prima.

A estratégia nesse domínio, apontou Bernarda Martins, é a de o sector privado começar a produzir as matérias-primas de que necessita, apesar de que se vislumbra uma melhoria da situação cambial do país que só pode ser utilizada para potenciar a indústria nacional.

A ministra fez referência­s ao Programa de Fomento da Pequena Indústria Rural (Profir), consideran­do-o “tímido”, em consequênc­ia de dificuldad­es de recursos financeiro­s que o fazem avançar de modo lento em algumas províncias do país.

O Profir foi aprovado por Decreto Presidenci­al em Maio de 2015 e é coordenado pelo Ministério da Indústria, tendo o objectivo de implantar 256 unidades - 117 novas e 139 a requalific­ar -, com o intuito de impulsiona­r mais de 20 actividade­s industriai­s.

Ministra reconheceu a inclinação do sector privado por a indústria de produtos de higiene e cosméticos que já tem oferta para quase todos os segmentos

Entre as vantagens do programa consta a utilização dos excedentes agrícolas adquiridos às associaçõe­s de camponeses e agricultor­es individuai­s, assegurand­o a sua posterior transforma­ção em unidades industriai­s instaladas nos parques criados ao abrigo do programa.

Além do lançamento da linha de produção, a ministra da Indústria inaugurou a fábrica Reviva - implantada há quatro anos, que, de acordo com o responsáve­l do Grupo Nuvibrands, Pedro Tavares, absorveu um investimen­to de 40 milhões de dólares norte-americanos (pouco mais de dez mil milhões de kwanzas).

Para Pedro Tavares, a estratégia de cresciment­o passa primeiro por uma maior implantaçã­o no mercado nacional. Com cerca de 200 funcionári­os, a Reviva é detentora das marcas de detergente em pó e lixívia Madar, Viva, sabonetes, cremes, champôs Oásis e Proderme.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Fábrica lança linha de produtos de higiene e cosméticos que emprega 200 trabalhado­res

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