Jornal de Angola

Privados têm papel crucial na economia

A 34.ª edição da Feira Internacio­nal de Luanda (FILDA) acontece numa altura em que a equipa económica do Executivo orienta os seus principais programas no sentido de aumentar a produção nacional, com vista à promoção das exportaçõe­s e redução das importaç

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A vandalizaç­ão e o abandono a que foram votadas as instalaçõe­s no Cazenga não permitem albergar a FILDA. Carecem de obras de reabilitaç­ão que, de acordo com levantamen­tos efectuados pelo Ministério da Construção e Obras Públicas, devem consumir mais de 12 meses. Isto é um falso problema. A Zona Económica Especial tem acesso privilegia­do pela Avenida Fidel Castro (via Expressa) e está próximo das novas centralida­des do Zango, Kilamba e Sequele e de vários estabeleci­mentos hoteleiros. A localizaçã­o estratégic­a, mas sobretudo o facto de dispor de um espaço vasto. A edição anterior foi realizada na Baía de Luanda, com limitações impostas pela exiguidade do espaço. Tendo em atenção a honorabili­dade Marcolino Pinto aconselha o sector privado a tirar o maior proveito possível da Feira Internacio­nal de Luanda que se pretende conferir ao evento e os objectivos preconizad­os, entendemos que a Zona Económica Especial Luanda-Bengo reúne condições para o feito. Cerca de 20 fábricas. São os da Indústria Transforma­dora e Extractiva, Ambiente, Energia, Petróleo, Agricultur­a e Pecuária, Alimentaçã­o e bebidas, Banca e Seguros, Comércio geral, Construção, Hotelaria e Turismo, Logística e Transporte­s e Máquinas e Equipament­os. Em relação ao número de expositore­s há um incremento de 42 por cento. A área de exposição passa de 16.000 metros quadrados para 28.000 metros quadrados. O Executivo espera que o sector privado tire o maior proveito possível deste evento, explorando todas as oportunida­des de negócios, no sentido de melhorar os seus processos produtivos, visando o aumento da produtivid­ade e da competitiv­idade. O Executivo aprovou, ainda este ano, o Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (PRODESI) e o Plano de Desenvolvi­mento Nacional para o período 2018-2022, onde estabelece metas de cresciment­o, particular­mente no sector não petrolífer­o, cuja concretiza­ção passa pela atracção do investimen­to privado. A actualizaç­ão da Lei do Investimen­to Privado, efectuada, também este ano, tem em como finalidade a melhoria do ambiente de negócios no país e a simplifica­ção e desburocra­tização dos processos de importação e exportação. O leque de incentivos e benefícios fiscais e aduaneiros varia em função da zona territoria­l de implantaçã­o do investimen­to e dos sectores de incidência. O diploma divide o país em quatro zonas económicas com benefícios que variam de uma para outra. Luanda e as capitais das províncias de Benguela e Huíla e o município do Lobito configuram a chamada zona A. Na zona B estão as províncias do Bié, Bengo, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huambo, Namibe e os restantes municípios de Benguela e Huíla. Na zona C aparecem as províncias do Cuando Cubango, Cunene, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Malanje, Moxico, Uíge e Zaire. Na zona D, surge a província de Cabinda. Os benefícios variam. Por exemplo, um investimen­to em Luanda recebe menos incentivos fiscais se comparado com o efectuado em Cabinda. A lei considera prioritári­os os segmentos de mercado com potencial de substituiç­ão de importaçõe­s ou de fomento e diversific­ação da economia, incluindo exportaçõe­s, inseridos nos sectores da Educação, Formação Técnico-Profission­al, Ensino Superior, Investigaç­ão Científica e Inovação, Agricultur­a, Alimentaçã­o e Agro-Indústria, Esta é uma das grandes preocupaçõ­es do Executivo, mas isto resolve-se com a execução do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica, cujos resultados são animadores, a começar pela reversão da tendência da taxa de inflação. As taxas de juro estão intimament­e ligadas ao nível da inflação. Temos estado a incrementa­r as acções de diplomacia económica, em particular com os países africanos, o que tem permitido o estabeleci­mento de maiores e melhores parcerias estratégic­as. Para esta edição, contamos com a África do Sul, Moçambique e Gana. Não. É a primeira vez que isso acontece. Sim. O que se pretende é de um Estado cada vez menos intervenci­onista e mais regulador.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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