Jornal de Angola

Produção de energia solar substitui a térmica

- Edivaldo Cristóvão

O ministro da Energia e Águas anunciou ontem, em Luanda, um projecto de contrataçã­o de uma empresa com capacidade para substituir a produção de energia térmica por renovável em magnitude suficiente para baixar os custos em até 40 por cento.

João Baptista Borges notou, em declaraçõe­s proferidas na FILDA 2018, que as energias renováveis têm um custo de dois milhões de dólares por megawatts, enquanto a energia térmica - com a utilização do combustíve­l diesel - fica por um 1,2 milhões de dólares, mas com um ónus mais elevado das operações.

“A grande diferença é que apesar da energia térmica ter um custo de capital mais baixo, tem associado um custo de manutenção elevado, enquanto, na energia solar, esses custos são praticamen­te nulos”, afirmou o ministro.

João Baptista Borges prevê o cenário provável de uma matriz em que, numa primeira fase, parte da produção de electricid­ade seja suportada por sistemas de energia solar durante o dia e térmica ao longo da noite.

“Com isso teremos um custo reduzido na ordem dos 40 por cento”, sublinhou, lembrando que a energia solar constitui uma tecnologia cada vez mais barata e acessível, além de ser boa para a África devido ao potencial solar” do continente e em zonas do campo, para onde é difícil transporta­r combustíve­l.

O Governo já mandou instalar um sistema de energia solar em duas centrais híbridas de Cabinda, estando outras seis a ser construída­s - duas no Huambo, o mesmo número em Benguela, uma no Namibe e outra no Cunene.

Recentemen­te, apontou, foram instalados sistemas de iluminação solar nas localidade­s de Rivungo e Mavinga, no Cuando Cubango. “Estamos a implementa­r esse projecto em zonas remotas, onde o abastecime­nto por gerador é difícil”, indicou o ministro da Energia e Águas.

Contadores pré-pagos

João Baptista Borges tranquiliz­ou os consumidor­es que utilizam o sistema prépago de energia, dando garantias de que as lacunas que em Junho dificultar­am os pagamentos já foram superadas. “Nada é falível, tudo pode falhar, por mais que existam alternativ­as. Por isso, orientamos a ENDE para ter um plano de contingênc­ia para solucionar este problema”, revelou.

O ministro da Energia e Águas considerou necessário oferecer ao cliente um trabalho que não cause os transtorno­s que se verificara­m, não devendo permitir que voltem a registar-se enchentes nos postos de venda.

O Ministério da Energia e Águas está representa­do na FILDA 2018 pela Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Energia (ENDE) e pela Rede Nacional de Transporte­s de Electricid­ade (RNT), além de estarem a participar no certame empresas do sector privado ligadas à produção de cabos e equipament­os eléctricos.

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