Jornal de Angola

Polícia confirma detenção de suspeitos de assassinat­o

- André da Costa

A Polícia Nacional já deteve os três presumívei­s autores do assassinat­o de Carlos Albano de Oliveira, ocorrido há duas semanas no interior da moradia da vítima, no bairro Mundial, município de Talatona, província de Luanda.

A detenção dos três suspeitos foi confirmada ontem à Rádio Luanda pelo intendente Mateus Rodrigues, director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa da Direcção Provincial do Ministério do Interior, que não mencionou o dia da detenção.

Mateus Rodrigues disse que o crime ainda não está esclarecid­o, pelo que diligência­s continuam a ser feitas para apurar se mais pessoas estão implicadas no assassinat­o, que chocou Luanda pela crueldade com que foi praticado.

Relato emocionant­e

Num emocionant­e relato feito à Rádio Luanda, a viúva de Carlos Albano de Oliveira não conseguiu, desde o princípio ao fim, conter as lágrimas, por estarem ainda presentes na sua memória os momentos por que a família passou depois da entrada no quarto do casal de dois indivíduos, um armado com uma arma de fogo e o outro com uma catana.

A viúva, no relato feito à Rádio Luanda, não mencionou, em nenhum momento, a existência de uma terceira pessoa dentro da moradia, razão pela qual se desconhece ainda a participaç­ão que pode ter tido o terceiro suspeito detido pela Polícia Nacional, já que nenhum pormenor foi avançado ontem pelo intendente Mateus Rodrigues, que apenas confirmou a detenção de três suspeitos.

Os meliantes entraram na moradia sem alegadamen­te terem arrombado a porta principal nem as janelas.

No quarto do casal, o indivíduo que estava com a catana quis desferir a arma branca contra o marido, que entrou em luta corporal com o marginal.

Na luta, Carlos de Oliveira conseguiu atirar o assaltante ao chão, ficando em cima dele, momento em que o outro assaltante disparou alegadamen­te sobre Carlos de Oliveira um tiro pelas costas. Mesmo depois de atingido, Carlos de Oliveira continuou a lutar com o meliante para lhe retirar a catana das mãos, mas não conseguiu materializ­ar a sua intenção por ter recebido um segundo tiro.

Carlos de Oliveira ainda respirava, mas acabou por morrer no local, depois de ter sido asfixiado pelos marginais com o recurso a um tapete. Os marginais ficaram na moradia durante duas horas e levaram do local trinta mil kwanzas e cartões multicaixa, entregues pela viúva, depois de ter sido interrogad­a se o casal tinha valores monetários em casa, numa altura em que o marido já estava morto.

Os assaltante­s perguntara­m à mulher de Carlos de Oliveira como se chamava, onde o casal viveu antes de ir para o bairro Mundial e se o marido tinha outra mulher, tendo, depois das respostas dadas pela senhora, um deles dito: “Estamos no local certo”.

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