Polícia confirma detenção de suspeitos de assassinato
A Polícia Nacional já deteve os três presumíveis autores do assassinato de Carlos Albano de Oliveira, ocorrido há duas semanas no interior da moradia da vítima, no bairro Mundial, município de Talatona, província de Luanda.
A detenção dos três suspeitos foi confirmada ontem à Rádio Luanda pelo intendente Mateus Rodrigues, director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Direcção Provincial do Ministério do Interior, que não mencionou o dia da detenção.
Mateus Rodrigues disse que o crime ainda não está esclarecido, pelo que diligências continuam a ser feitas para apurar se mais pessoas estão implicadas no assassinato, que chocou Luanda pela crueldade com que foi praticado.
Relato emocionante
Num emocionante relato feito à Rádio Luanda, a viúva de Carlos Albano de Oliveira não conseguiu, desde o princípio ao fim, conter as lágrimas, por estarem ainda presentes na sua memória os momentos por que a família passou depois da entrada no quarto do casal de dois indivíduos, um armado com uma arma de fogo e o outro com uma catana.
A viúva, no relato feito à Rádio Luanda, não mencionou, em nenhum momento, a existência de uma terceira pessoa dentro da moradia, razão pela qual se desconhece ainda a participação que pode ter tido o terceiro suspeito detido pela Polícia Nacional, já que nenhum pormenor foi avançado ontem pelo intendente Mateus Rodrigues, que apenas confirmou a detenção de três suspeitos.
Os meliantes entraram na moradia sem alegadamente terem arrombado a porta principal nem as janelas.
No quarto do casal, o indivíduo que estava com a catana quis desferir a arma branca contra o marido, que entrou em luta corporal com o marginal.
Na luta, Carlos de Oliveira conseguiu atirar o assaltante ao chão, ficando em cima dele, momento em que o outro assaltante disparou alegadamente sobre Carlos de Oliveira um tiro pelas costas. Mesmo depois de atingido, Carlos de Oliveira continuou a lutar com o meliante para lhe retirar a catana das mãos, mas não conseguiu materializar a sua intenção por ter recebido um segundo tiro.
Carlos de Oliveira ainda respirava, mas acabou por morrer no local, depois de ter sido asfixiado pelos marginais com o recurso a um tapete. Os marginais ficaram na moradia durante duas horas e levaram do local trinta mil kwanzas e cartões multicaixa, entregues pela viúva, depois de ter sido interrogada se o casal tinha valores monetários em casa, numa altura em que o marido já estava morto.
Os assaltantes perguntaram à mulher de Carlos de Oliveira como se chamava, onde o casal viveu antes de ir para o bairro Mundial e se o marido tinha outra mulher, tendo, depois das respostas dadas pela senhora, um deles dito: “Estamos no local certo”.