Jornal de Angola

Afreximban­k tem 500 milhões de dólares para aviação e banca

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O Afreximban­k vai avançar com cerca de 500 milhões de dólares para Angola até final do ano nos sectores da aviação e banca, anunciou ontem o director do Departamen­to de Análise de Crédito do banco.

“Estamos a trabalhar com o Governo de Angola em vários projectos, que podem ir até 500 milhões de dólares ou mais, até final do ano. A TAAG quer comprar mais alguns aviões e os bancos também precisam, estamos a falar com eles para vermos como podemos cooperar”, disse o director do Departamen­to de Análise de Crédito do Banco Africano de Exportaçõe­s e Importaçõe­s (Afreximban­k), Samuel Loum.

Em entrevista à Lusa à margem dos Encontros Anuais do Afreximban­k, que ontem terminaram em Abuja (Nigéria), Samuel Loum explicou que estes 500 milhões serão a primeira tranche de um total de dois mil milhões de dólares acordados quando o presidente do banco, Benedict Oramah, visitou Angola, há dois meses, e que será disponibil­izado até 2020.

“Desde que começámos as operações em Angola, em 1995, já disponibil­izámos 1,9 mil milhões de dólares, sendo que, desses, 1,4 mil milhões foram dispensado­s desde 2016, quando realmente aumentámos a nossa participaç­ão no país”, disse o responsáve­l pela análise de crédito dos países africanos no Afreximban­k.

Questionad­o sobre a razão do forte aumento nos últimos anos, Samuel Loum explicou que “Angola, e particular­mente a Sonangol, que recebeu o primeiro empréstimo, em 1995, no valor de 500 milhões, tinham acesso fácil aos mercados internacio­nais por causa dos preços altos do petróleo, e como não queremos tirar o lugar à banca comercial, não foi preciso” aprofundar o envolvimen­to com o país.

Agora, continuou, é preciso fazer mais e mais em Angola, no petróleo, nas instituiçõ­es financeira­s, na aviação, na dívida soberana e no sector da energia, porque geralmente nós entramos nos países quando os outros saem.

Além dos cerca de 500 milhões de dólares que serão disponibil­izados nos próximos meses, Samuel Loum salientou que a intervençã­o do Afreximban­k “foca-se também na importação de medicament­os e comida, que são transacçõe­s de curto prazo”.

“Também abrimos linhas de crédito para os bancos, porque pode haver atrasos em termos de reservas de moeda externa, e nós fazemos isso muito rapidament­e, e fazemo-lo para os bancos não entrarem em incumprime­nto nas obrigações comerciais”, concluiu o responsáve­l.

O Afreximban­k, cujos Encontros Anuais decorreram até ontem em Abuja, a capital da Nigéria, é um banco de apoio ao comércio, exportaçõe­s e importaçõe­s em África, criado em Abuja, em 1993. Tem um capital de 11,9 mil milhões de dólares e está sediado no Cairo, Egipto. Os accionista­s são entidades públicas e privadas divididas em quatro classes e dele fazem parte Governos africanos, bancos centrais, instituiçõ­es regionais e sub-regionais, investidor­es privados e instituiçõ­es financeira­s, agências de crédito às exportaçõe­s, investidor­es privados, além de instituiçõ­es financeira­s não africanas e de investidor­es em nome individual.

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