Barbárie na RDC preocupa a ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou sexta-feira em Genebra preocupação face aos relatos de “violência bárbara” na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC).
Segundo Charlie Yaxley, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o retorno à província de cerca de 150 mil pessoas que tinham sido obrigadas a fugir devido aos confrontos intercomunitários foi feito sob condições difíceis.
“A nossa equipa ouviu numerosos testemunhos angustiantes sobre violência bárbara, incluindo ataques de grupos armados a civis com espingardas, arcos ou catanas, aldeias destruídas, quintas e lojas saqueadas e irreparavelmente danificadas”, afirmou Charlie Yaxley em conferência de imprensa.
A denúncia surgiu depois de uma equipa da ONU ter tido acesso à província, meses depois do conflito entre as tribos Lendu, de agricultores, e Hema, de criadores de gado, que têm um diferendo sobre questões territoriais, quezília que instalou um clima de violência na região de Ituri.
Um relatório da Organização das Nações Unidas, publicado no último mês, estima que os recentes conflitos étnicos tenham já provocado mais de 260 mortos. Segundo a agência da ONU para os refugiados, cerca de 350 mil pessoas já foram obrigadas a fugir de Ituri, principalmente depois do aumento da violência em Dezembro do ano passado.
Devido à calma que se instalou nos últimos meses, 150 mil voltaram para as suas casas. No entanto, muitos dos retornados encontraram as suas casas “reduzidas a cinzas”, assegurou Yaxley, acrescentando que se impõem “gigantes” desafios humanitários na região, onde escolas, hospitais e outras infra-estruturas foram completamente destruídas.