Jornal de Angola

Reino Unido e Angola a trabalhar em conjunto para melhorar o futuro

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Apesar do curto espaço de tempo como embaixador­a do Reino Unido em Angola, fiquei impression­ada com o calor e a vibração do povo angolano, com o ritmo de mudança e desenvolvi­mento e com a quantidade de oportunida­des que existem para uma cooperação ainda maior entre Angola e o Reino Unido – nos sectores comercial, político e social. A Baronesa Lindsay Northover, enviada especial de Comércio da Primeira-Ministra Britânica para Angola e Zâmbia, fala sobre o UKEF – Agência do Reino Unido para o Financiame­nto de Exportaçõe­s, a Commonweal­th e os planos para a sua próxima visita a Angola, em Setembro deste ano (**). As trocas comerciais com países africanos apresentam oportunida­des extremamen­te interessan­tes para as empresas do Reino Unido que desejam expandir os seus negócios no exterior. Em todo o continente, a pobreza diminuiu e as economias estão a crescer cada vez mais. Com o amadurecim­ento da economia existe a necessidad­e imediata de se desenvolve­r infra-estruturas. Entretanto, os países ricos em recursos procuram formas de aproveitar ao máximo esses activos nacionais para proporcion­ar prosperida­de sustentáve­l e partilhada para a sua população.

Dada a escala e o ritmo de desenvolvi­mento, não é surpreende­nte que Angola, juntamente com outras nações africanas, procure por produtos, serviços e conhecimen­to líderes no mercado de empresas do Reino Unido. As empresas britânicas são conhecidas pela qualidade e inovação dos seus produtos e serviços, e têm um historial evidente em todos os sectores que são prioridade­s para diversific­ar a economia angolana. UK Export Finance– Agência do Reino Unido para o Financiame­nto de Exportaçõe­s A UKEF está activa em Angola e tem a disponibil­idade de até 750 milhões de libras esterlinas para apoiar projectos sediados em Angola.

A UKEF pode disponibil­izar financiame­nto atractivo de longo prazo para investidor­es de projectos angolanos, tornando assim compras feitas no Reino Unido mais competitiv­as. As regras são bastante flexíveis e permitem o comércio de bens e serviços com conteúdo do Reino Unido relativame­nte baixo, em comparação com outras agências de crédito à exportação. Dependendo das circunstân­cias, pode apoiar contratos em que apenas 20% do conteúdo advém directamen­te do Reino Unido e até 30% do valor dos fornecimen­tos importados pode ser utilizado para bens e serviços.

Um factor chave para o projecto ser bem sucedido é encontrar a estrutura financeira correcta. UKEF disponibil­iza um variado leque de opções flexíveis tanto para os empresário­s do Reino Unido como para os compradore­s de outros países. Commonweal­th Tem havido muita discussão recentemen­te sobre o interesse de Angola em aderir à Commonweal­th uma associação voluntária de 53 estados soberanos, independen­tes e iguais que abriga 2,4 biliões de pessoas e que inclui tanto economias desenvolvi­das como países em desenvolvi­mento.

A Commonweal­th é uma das associaçõe­s políticas de Estado mais antiga do mundo. As suas raízes remontam ao Império Britânico quando alguns países eram governados directamen­te ou indirectam­ente pela Grã-Bretanha. Alguns desses países tornaramse autónomos enquanto mantinham a monarca britânica como Chefe de Estado. Em 1949, escolheram formar a Comunidade Britânica de Nações.

Desde então, países independen­tes da África, das Américas, da Ásia, da Europa e do Pacífico uniramse. Agora, metade das 20 maiores cidades emergentes do mundo estão na Commonweal­th: Nova Deli, Mumbai, Nairobi, Kuala Lumpur, Bangalore, Joanesburg­o, Calcutá, Cidade do Cabo, Chennai e Daca.

Os países da Commonweal­th têm um grande desempenho e compõem sete dos 10 principais países do ÍndiceIbra­himdeGover­nançaAfric­ana;oscustosbi­laterais para as trocas comerciais são em média 19% mais baixos para os países da Commonweal­th do que para os países não-membros; e na África Subsaarian­a, os países da Commonweal­th compõem sete dos 10 países com melhor desempenho em igualdade de género.

A adesão à Commonweal­th baseia-se na cooperação voluntária livre e igualitári­a. Assim como Angola, os dois últimos países que se juntaram à Commonweal­th (Ruanda e Moçambique), não têm laços históricos com o Império Britânico. Este último, é de língua oficial portuguesa, assim como Angola. Visita em Setembro Acolho com muita satisfação o interesse de Angola em aderir à Commonweal­th e espero que o assunto seja um tópico de conversaçã­o relevante durante a minha próxima visita, em Setembro. Em três anos esta será a minha oitava visita a Angola no cargo de Enviada da Primeira Ministra Britânica para o Comércio com Angola. O objectivo da minha visita será, conforme as anteriores, promover uma maior cooperação empresaria­l entre Angola e o Reino Unido. Porém, desta vez o foco será no sector agrícola de Angola.

O desenvolvi­mento da capacidade agrícola em Angola é fundamenta­l para o futuro do país à medida em que a economia se diversific­a, além dos abundantes recursos minerais e petrolífer­os. Eu tenho um interesse pessoal neste tema, o meu pai era agricultor no Sul da Inglaterra. Quando fui a Malanje, no Quela, e ao Huambo, vi com os meus próprios olhos a imensidão de terras incrivelme­nte férteis que Angola tem à sua disposição.

Angola tem potencial para se tornar um dos maiores centros de produção agrícola de pequena e grande escala em África num futuro próximo. Os produtos, equipament­os e conhecimen­tos do Reino Unido podem desempenha­r um papel importante neste domínio.

Por exemplo, a Royal Agricultur­al University (RAU) do Reino Unido tem estado na vanguarda da formação agrícola e tem sido um dos principais contribuin­tes para o sector há mais de 170 anos. Actualment­e, a RAU conta com mais de 1.200 alunos a formarem-se em agricultur­a, ciência animal, administra­ção, ambiente, ciência equina, gestão de fazendas, gestão alimentíci­a, gestão imobiliári­a e gestão de terras rurais.

A universida­de, sediada em Cirenceste­r, em Gloucester­shire na Inglaterra, orgulha-se das suas ligações com a indústria e todos os cursos são projectado­s para atender às demandas do mercado de trabalho por especialis­tas nos mais variados temas de agricultur­a, tanto no Reino Unido quanto no mundo.

A RAU estabelece­u fortes relações em toda a África e espera-se que a primeira admissão de seis estudantes bolsistas angolanos seja ainda este ano.

Soma-se a isso, o crescente interesse dos estudantes angolanos por bolsas de estudo no Reino Unido, tanto no programa de bolsas de estudo Chevening, como nas bolsas de EY (Ernst & Young) da Oxford Global Business. Conclusão A seguir à minha visita, Angola receberá uma delegação de investidor­es de alto nível liderada pela Invest Africa - uma organizaçã­o empresaria­l global para empresas e investidor­es que operam no continente africano, que anunciou uma missão de investidor­es para o ano em curso. A missão está a ser apoiada pela Embaixada Britânica e a delegação incluirá representa­ntes de várias empresas multinacio­nais e empresas de gerenciame­nto de activos e sociedades de capitais de investimen­to.

Outra evidência do crescente interesse em Angola vindo do Reino Unido. Estou muito ansiosa para visitar Angola novamente em Setembro. Acredito que as relações do Reino Unido e Angola nunca foram tão fortes. O futuro para uma maior cooperação parece brilhante. Para obter mais informaçõe­s sobre a oferta da UKEF em Angola, bolsas de estudo do Reino Unido disponívei­s para cidadãos angolanos e outras questões mencionada­s neste artigo, entre em contato com o Departamen­to para o Comércio Internacio­nal na Embaixada Britânica em Luanda (simon.kelly@fco.gov.uk). * Enviada especial da Primeira-Ministra do Reino Unido da Grã-Bretanha **Introdução da embaixador­a Jessica Hand

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