UA recomenda mais formação em estatística
Presidente da Comissão da União Africana para a Estatística foi recebida por deputados angolanos
A presidente da Comissão da União Africana (UA) para a Estatística, Yandiswa Morudu, recomendou às autoridades angolanas para formarem mais quadros especializados em matéria de Estatística.
Falando à imprensa após um encontro com os parlamentares da comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, com quem avaliou o sistema nacional estatístico de Angola, a alta funcionária da União Africana aconselhou a todas as instituições que trabalham com estatística para terem entre três e quatro especialistas em Estatística, com vista a melhorar os indicadores neste sentido.
O presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Diógenes de Oliveira, concordou com a ideia da representante da União Africana, considerando que se a estruturação das estatísticas em África estivere bem, estará em pé de igualdade com a União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e outras regiões ou organizações.
“Assumimos o compromisso de exercer a nossa advocacia junto das entidades competentes do Governo, no sentido de alinharmos no avanço interno que temos, o que é tangível, com as nossas obrigações, a nível de África”, disse o parlamentar.
Durante a reunião, Yandiswa Morudu falou do facto de Angola ainda não ter rubricado o Tratado sobre a Carta Africana de Estatística.
A propósito, o parlamentar disse que a Assembleia Nacional vai jogar, também, o seu papel para que no mais curto espaço de tempo haja evolução, neste domínio.
Diógenes de Oliveira destacou o censo empresarial e agropecuário que Angola vai realizar nos próximos tempos, avançando que, com dados concretos, se pode estabelecer políticas de médio e longo prazos sustentáveis para corresponder aos objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e da Agenda 2030.
Instituto Nacional de Estatística
O O Instituto Nacional de Estatística (INE) é um órgão público angolano responsável pela informação estatística oficial. Neste âmbito, o INE vai lançar este mês o primeiro Relatório Nacional de Indicadores de Linha de Base dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2018, revelou o responsável de Departamento de Censos e Inquéritos.
Paulo Fonseca fez esta afirmação na conferência “Os objectivos de desenvolvimento sustentável e os seus desafios estatísticos”, realizada quarta-feira na Filda, numa dissertação em que definiu os ODS como uma agenda mundial adoptada pelas Nações Unidas, em Setembro de 2015, que estabeleceu 17 objectivos e 169 metas a serem atingidas até 2030.
Em Angola, prosseguiu, o INE tem o papel de coordenação na elaboração dos relatórios dos ODS, um trabalho desenvolvido em colaboração com os ministérios da Saúde e da Educação, bem como a assistência técnica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Corporação Financeira Internacional (ICF), através do Programa de Inquéritos Demográficos e de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a População (Fnuap).
O presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional concordou com a representante da UA
Paulo Fonseca avançou que, em Agosto de 2017, foi criado, no Instituto Nacional de Estatística (INE), um grupo de trabalho dedicado ao processo de implementação da componente estatística da “Agenda 2030 - Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”.
O contributo do Instituto Nacional de Estatística situa-se a nível da análise e produção de números tidos como fundamentais para o sucesso da implementação da Agenda 2030, afirmou.
A erradicação da pobreza está no centro da Agenda 2030 que oferece uma oportunidade única de colocar o mundo num caminho mais próspero e sustentável.
Paulo Fonseca informou que o INE está a realizar dois inquéritos numa única operação estatística, designada de IDREA 2018-2019, que é a combinação do terceiro Inquérito de Despesas e Receitas (IDR III) e com o Inquérito ao Emprego em Angola (IEA).