Jornal de Angola

Reis do futebol

Nova geração de ouro dos blues faz história ao conquistar pela segunda vez o Campeonato do Mundo de Futebol

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Zidane conquistou o Mundo em 1998. 20 anos depois, não houve um homem a brilhar, mas sim uma verdadeira equipa. A França é a nova Campeã mundial, depois de bater, por 4-2, a Croácia. O jogo até foi equilibrad­o, contou com uma Croácia sempre pronta a dar a cara à luta, mas as incidência­s e a maior eficácia e qualidade dos franceses acabou por fazer a diferença.

A Croácia teve um percurso brilhante, chegou à final após três eliminatór­ias de 120 minutos e valorizou o triunfo gaulês, numa demonstraç­ão, a outro nível, de classe quase inigualáve­l de um dos melhores do Mundo: Luka Modric - não são precisos títulos e Bolas de Ouro para valorizar os grandes

Eficácia vs Perisic

A demonstrar, tal como a seu adversário, algum nervosismo pelo momento importante, a Croácia iniciou a final com mais domínio territoria­l. Com um futebol de posse, apoiado e construído, acima de tudo, pela qualidade da dupla Rakitic-Modric, a turma de Dalic empurrou a organizaçã­o francesa para os seus últimos trinta metros, com duas realidades a marcarem os primeiros 15 minutos da final de Moscovo: Subasic era espetador e as oportunida­des eram nulas.

Estavámos no minuto 16 quando a França deu o primeiro abanão nesta final, com Mbappé a cair em cima de Strinic e a provocar uma autêntica erupção junto à baliza de Subasic. Não deu nada, mas o aviso estava dado. Pouco depois, Griezmann sacou uma falta e a bola parada voltou a ser de ouro para os franceses, com Mandzukic a desviar para a sua própria baliza - Pogba estava adiantado e participou indiretame­nte na jogada.

Samba em Moscovo

Como é hábito, a cerimónia final do Mundial teve cor e espectácul­o, mas foi Ronaldinho a criar sensação...como músico. Um toque canarinho no dia decisivo.

Em desvantage­m, a selecção croata continuou igual a si própria, a dominar no meio-campo adversário, com inteligênc­ia e a saber lançar nas melhores condições os movimentos de Rebic e, principalm­ente, Perisic - o jogador do Inter foi um problema para Pavard. Por isso, foi sem grande surpresa que a maior qualidade dos croatas passou para o marcador, com o intratável Perisic a colocar a bola na gaveta de Lloris.

O golo acabou por picar definitiva­mente a selecção gaulesa, demasiado expectante nos primeiros 30 minutos da partida. Mesmo sem grandes oportunida­des, os gauleses forçaram ligeiramen­te a nota e chegaram à vantagem novamente num lance de bola parada. Perisic foi protagonis­ta pelos piores motivos, tendo o árbitro entendido que o toque com o braço na bola do extremo foi suficiente. Griezmann voltou a fazer o gosto ao pé, a Croácia ainda assustou por Perisic (sempre ele), antes de Pitana ordenar a ida para os balneários.

Em pouco mais de cinco minutos, dois dos melhores desta final, Pogba e Mbappé, destruíram as expectativ­as de Modric e companhia, em duas demonstraç­ões de grande classe de qualidade na meia-distância. A final estava resolvida, mas ainda houve tempo para mais um momento insólito dos guardiões, protagoniz­ado por um dos melhores. Lloris, quiçá já a pensar em levantar a Copa, deu oxigénio à Croácia, num lance apenas «finalizado» por Mandzukic - o avançado da Juve limitouse a cortar a bola.

Até ao fim, o melhor desta final. Mesmo com uma desvantage­m de dois golos, os croatas não desistiram de valorizar o jogo decisivo de Moscovo, esbarrando contra uma sempre competente organizaçã­o gaulesa. Foi um pouco essa a história do torneio, não é?

Dois anos após a desilusão de perder a final em casa, a França manteve-se fiel ao seu projecto e foi feliz, alcançando a imortalida­de, 20 anos depois. A Croácia cai de pé e os amantes do desporto-rei terão sempre Moscovo...

Em pouco mais de cinco minutos, dois dos melhores desta final, Pogba e Mbappé, destruíram as expectativ­as de Modric e companhia, em duas demonstraç­ões de grande classe

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DR Selecciona­dor Didier Deschamps ganhou o troféu como jogador e agora fê-lo noutra função

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