Camabatela conta com instituto politécnico
Numa primeira fase vão ser ministrados na região os cursos de Pedagogia, Contabilidade e Finanças e Direito
O município de Camabatela, sede de Ambaca, na província do Cuanza-Norte, vai contar, a partir do próximo ano, com um Instituto Superior Politécnico (ISPA), cujas obras de reabilitação começam em Agosto e terminam em Fevereiro de 2019.
O projecto, iniciativa da empresa Tchaty Investimentos, será implantado nas antigas instalações da Escola da Missão Católica de São Francisco de Assis, em Camabatela.
Na semana passada, técnicos da empresa promotora, idos de Luanda, efectuaram o levantamento das instalações, para o início das obras de reabilitação, prevendose, para o dia 26 do corrente mês, a assinatura de um memorando de entendimento entre a Tchaty Investimentos e a Igreja Católica.
A empresa responsável pelas obras já fez os levantamentos primários e brevemente volta ao local para realizar estudos de reabilitação e de impacto ambiental, informou o administrador do grupo Tchaty Investimentos, Manuel João Quindai.
O Instituto Superior Politécnico de Ambaca (ISPA) está projectado para ter 13 salas, biblioteca, laboratório, sala de informática (com previsão para 25 computadores), cantina, livraria e salas para albergar a associação dos estudantes, docentes e gabinetes de trabalho para a direcção, além do gabinete de apoio social ou à comunidade.
“Muitos dos antigos estudantes da referida escola são hoje homens formados em Direito, Economia, Pedagogia, Medicina e até em Teologia. Foi sempre uma escola de tradição intelectual a nível da região de Ambaca”, disse Manuel Quindai, que é igualmente docente da Universidade Jean Piaget e do Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA).
Antigo estudante da escola onde poderá ser implantado o instituto superior, Manuel Quindai voltará ao local como promotor ou futuro director. “Tenho boas lembranças. Foi uma grande escola, pois fiz lá a iniciação até à 4ª classe, em 78/79 a 80 e 81”, afirmou, em tom de nostalgia.
Manuel Quindai salientou que o início das aulas está previsto somente para o ano académico de 2020, em função dos requisitos do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, após o processo de vistoria ao local. Em cada ano lectivo, o Estado (Administração local) terá direito a 5% de vagas, para matricular estudantes a custo zero.
Quanto ao licenciamento, será concedido até Janeiro de 2019, atendendo às exigências e datas previstas e autorizadas para entrada do documento no Departamento Ministerial que licencia a actividade do Ensino Superior, segundo revelou, ao Jornal de Angola, Manuel João Quindai.
Para o empreendedor na área da educação, a implementação do projecto deveuse à procura constante dos munícipes da localidade e das zonas circunvizinhas, como Samba Cajú, Bolongongo, Tango, Luinga, Maua, Bindo, Banga, até mesmo Quitexe, Negage e Cangola, que são obrigados a ir à cidade do Uíge e Ndalatando, para fazerem o ensino superior, depois de terminada a formação média.
Em relação à contratação de professores e cursos, as candidaturas do corpodocente começamemAgostodocorrente ano e terão lugar em Camabatela, Ndalatando e Luanda, num período de 30 dias. Os docentes devem ter no mínimo o grau de licenciatura.
O Instituto Superior Politécnico de Ambaca tem protocolos já firmados com algumas instituições nacionais e estrangeiras, para a formação contínua dos docentes, com especialização principalmente em didáctica superior universitária, e depois fazerem os mestrados e doutoramentos nessas instituições.
A preferência de admissão recai aos jovens recém-licenciados e 70 por cento do corpo docente estará em regime de efectividade.
Numa primeira fase, serão ministrados cursos de Pedagogia, Contabilidade e Finanças e Direito. “Pensamos incluir, se assim nos permitirem, o curso de Informática, atendendo a dinâmica das sociedades e do mundo da globalização”, afirma Manuel Quindai. A empresa, criada em 2008, e registada no Diário da República III Série n.º 228 de 29 de Novembro de 2017, tem como objecto social a investigação e o desenvolvimento científico, prestação de serviços à comunidade numa perspectiva de valorização recíproca e de desenvolvimento comunitário, bem como a promoção de vários cursos.
"Queremos diminuir a procura existente na localidade, onde a população é obrigada a dirigir-se à cidade do Uíge e Ndalatando, onde existem estabelecimentos de ensino superior"