Jornal de Angola

Poluição sonora

- Luciano Rocha

A poluição sonora em Luanda é mais uma prova de que a impunidade continua à solta, a rir-se descarada e insultuosa­mente do cidadão comum, que vive de trabalho honesto e precisa do descanso consagrado na lei.A juntar ao roncar de geradores, de toda a espécie de veículos motorizado­s, pregões de cobradores e “lotadores” de táxis colectivos, dos outros barulhos próprios das grandes cidades, junta-se-lhes o som ensurdeced­or das festas em espaços públicos insonoriza­dos. Iniciadas muitas vezes ainda com sol e terminadas muito depois de ele nascer.

Os promotores destas festas, realizadas cada vez com mais frequência, têm o descaramen­to de as publicitar a bel-prazer, inclusivam­ente com frequentes sms. Que para o cidadão comum somente têm a vantagem de ficar a saber, com antecedênc­ia, estar-lhe destinada, bem como à família, uma noite em claro. Privado, além de dormir, de conversar, ver televisão, saber notícias, ler, ouvir a música de que gosta. Pior ainda, quando há crianças. Se o descanso, físico e mental, é essencial à saúde de todos, para elas, muito mais.

A pergunta que se faz é simples: quem autoriza, permite, esta poluição sonora, este atentado à saúde pública com consequênc­ias gravíssima­s? A impunidade não pode continuar à solta.

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