Poluição sonora
A poluição sonora em Luanda é mais uma prova de que a impunidade continua à solta, a rir-se descarada e insultuosamente do cidadão comum, que vive de trabalho honesto e precisa do descanso consagrado na lei.A juntar ao roncar de geradores, de toda a espécie de veículos motorizados, pregões de cobradores e “lotadores” de táxis colectivos, dos outros barulhos próprios das grandes cidades, junta-se-lhes o som ensurdecedor das festas em espaços públicos insonorizados. Iniciadas muitas vezes ainda com sol e terminadas muito depois de ele nascer.
Os promotores destas festas, realizadas cada vez com mais frequência, têm o descaramento de as publicitar a bel-prazer, inclusivamente com frequentes sms. Que para o cidadão comum somente têm a vantagem de ficar a saber, com antecedência, estar-lhe destinada, bem como à família, uma noite em claro. Privado, além de dormir, de conversar, ver televisão, saber notícias, ler, ouvir a música de que gosta. Pior ainda, quando há crianças. Se o descanso, físico e mental, é essencial à saúde de todos, para elas, muito mais.
A pergunta que se faz é simples: quem autoriza, permite, esta poluição sonora, este atentado à saúde pública com consequências gravíssimas? A impunidade não pode continuar à solta.