Mais de 200 crianças morrem por malnutrição
Um total de 216 crianças menores de cinco anos morreram de Janeiro a Maio deste ano, entre 9.654 casos de internamento por desnutrição aguda grave registados na província de Benguela.
Dados do Departamento Provincial de Saúde Pública e Controlo de Endemias, a que a Angop teve acesso, referem que, no mesmo período de 2017, 142 crianças malnutridas morreram em Benguela, num total de 4. 911 internamentos.
Américo Máquina Daniel, chefe interino do Departamento de Saúde Pública, em Benguela, órgão subordinado ao Gabinete Provincial de Saúde encarregue pelo programa de melhoria nutricional, considerou que esta taxa de óbitos intrahospitalares, associado à ocorrência de casos por desnutrição infantil na região é bastante alta, o que representa uma preocupação.
“Se visitarmos as principais unidades de tratamento nutricional, vamos encontrar muitas crianças desnutridas a serem assistidas com o leite terapêutico F75 e F100, e até mães -adolescentes, entre 13 e 14 anos, a cuidarem de bebés com menos de um ano com um quadro grave de malnutrição”, disse.
O chefe interino de Departamento de Saúde Pública atribui a percentagem de mortalidade por desnutrição, de um lado, ao desmame precoce e, de outro, à falta de alimentos ou à sua baixa qualidade, principalmente em famílias numerosas e em situação de pobreza.
Américo Máquina Daniel explicou que, face à renda baixa, essas famílias não conseguem oferecer aos filhos mais novos uma dieta equilibrada com alimentos básicos como leite, frutas, peixe, carne e ovos, entre outros produtos com proteínas e vitaminas essenciais à melhoria da saúde nutricional das crianças.
O responsável aponta o despreparo de alguns pais em relação à nutrição das crianças mais novas como outro factor que está na origem da elevada desnutrição, reportando “algumas famílias, sobretudo no meio rural, que fazem a troca de produtos hortofrutícolas por peixe seco, que, associado unicamente ao funje de milho, dão de comer aos filhos.