Estados Unidos dão bolsas de estudo a ambientalistas
Angola e Estados Unidos da América abordaram ontem a forma como o país pode preservar os recursos naturais
O Governo norte-americano manifestou ontem, em Luanda, interesse em reforçar a capacitação dos estudantes da Escola Superior do Ambiente, localizada na província do Cuando Cubango, com a atribuição de bolsas de estudo, informou a ministra do Ambiente.
Paula Francisco Coelho, que falava à imprensa no final de um encontro que teve ontem com a embaixadora dos Estados Unidos, Nina Maria Fite, disse que a formação vai incidir em matérias ligadas à conservação da natureza, pequenos projectos e programas de apoio à estruturação de programas da escola.
A ministra do Ambiente acrescentou que o encontro com a diplomata norte-americana serviu para dar seguimento aos preparativos do lançamento no país, pela primeira vez, do filme sobre Cubango-Okavango, que aborda questões relacionadas com as descobertas de espécies raras da fauna existente no país.
O filme, que pode ser estreado em Agosto deste ano, segundo explicou Paula Francisco Coelho, mostra o potencial sobre o impacto socio-económico das actividades ribeirinhas.
O filme é baseado na exibição de 1.050 amostras de plantas, três mil de peixes, 99 de répteis e anfíbios, 407 aves e 43 mamíferos, resultantes de uma expedição efectuada por especialistas da National Geographic.
"Estamos a trabalhar no sentido de não haver falha no dia do seu lançamento", frisou a ministra do Ambiente. O filme, uma curta metragem, produzido pela National Geographic, sobre a expedição realizada no rio Cubango, em Angola, é exibido hoje, no Festival de Cinema de Tribeca, em Nova Iorque, para assinalar o Dia Mundial da Terra.
O filme apresenta as conclusões preliminares das expedições científicas realizadas em Angola, em 2015 a 2016, pela National Geographic, baseado na exibição de 1.050 amostras de plantas, três mil de peixes, 99 de répteis e anfíbios, 407 aves e 43 mamíferos, resultados de uma expedição sobre a conservação da bacia Cubango/Okavango.
Das 1050 amostras de plantas, 40 delas tiveram observações registadas, sendo 14 potencialmente novas e 18 recentemente registadas em Angola, incluindo dois novos registos genéricos.
O filme retrata ainda 15 espécies nunca anteriormente registadas na província do Bié, 24 no Cuando Cubango e 106 no Moxico.
Relativamente aos répteis e anfíbios, atingiram uma cifra de 99 espécies. As aves também estão documentadas com um total de 407 espécies, em dois levantamentos em rios e três em zonas terrestres. Entre as 407 espécies estão quatro que foram incluídas na lista de aves de Angola.
Entre os mamíferos foram recolhidas 43 espécies, dos quais 27 espécies de morcegos, nove roedores e um musaranho, e entre estes destaca-se a recolha do rato endémico angolano.
Com a embaixadora dos Estados Unidos da América, Paula Francisco analisou uma agenda paralela relacionada com a forma como Angola pode preservar os recursos naturais, e como os dois países podem trocar experiências no domínio do ambiente.
Inventariação do marfim
O Governo britânico está a proceder à inventariação do marfim existente em Angola, à catalogação e implementação de uma base de dados, trabalhos iniciados há dois anos, disse, ontem, a ministra do Ambiente, no final de uma audiência que concedeu à embaixadora Jessica Hand.
O programa é financiado pelo Fundo do Governo Britânico e no encontro as duas interlocutoras efectuaram um balanço dos preparativos da conferência internacional sobre a caça furtiva, a ter lugar em Outubro próximo, em Luanda.
Com a embaixadora britânica, Paula Francisco Coelho abordou também o apoio daquele país europeu à capacitação de técnicos angolanos no domínio de gestão ambiental e a integração regional de Angola, no âmbito do programa Okavango-Zambeze, na componente ambiental.
O encontro com a embaixadora norte-americana, Maria Fite, serviu para dar seguimento aos preparativos do lançamento no país, pela primeira vez, do filme sobre Cubango-Okavango