Jornal de Angola

1º de Agosto joga na Zâmbia para Liga dos Campeões

Militares do Rio Seco estão obrigados a pontuar na Zâmbia para manter vivo o objectivo de chegar à próxima fase da prova

- Honorato Silva

O campeão nacional joga hoje, com o Zesco United FC, na cidade zambiana de Ndola, uma cartada que pode ditar o seu futuro no Grupo D da Liga dos Clubes Campeões Africanos. O 1º de Agosto tenta pelo menos um empate e manter intactas as aspirações de ocupar uma das duas vagas dos quartos-de-final.

A atravessar um período menos afirmativo no capítulo das exibições e, consequent­emente, dos resultados, o 1º de Agosto joga hoje às 14h00, frente ao Zesco United FC, no Estádio Levy Mwanawasa, na cidade zambiana de Ndola, uma cartada que pode ditar o seu futuro no Grupo D da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol.

Já com integração de Geraldo, jogador determinan­te na fluidez da equipa, sobretudo no processo ofensivo, afastado dos últimos desafios do Girabola, por lesão, o embaixador angolano, último classifica­do da série, com apenas um ponto somado, em duas jornadas disputadas, à semelhança do adversário, aposta numa abordagem diferente da que tem marcado o seu percurso na presente época, cujo destaque é a sucessão de empates.

Hoje, para a terceira jornada, a equipa orientada pelo sérvio Zoran Macki, contestado por muitos adeptos rubros e negros, está ciente da importânci­a de regressar a Luanda com pelo menos um empate, de modo a manter intactas as aspirações de ocupar uma das duas vagas dos quartos-de-final.

Depois do desperdíci­o de pontos na estreia, em casa, frente ao Etoile du Sahel da Tunísia, ao consentir um empate (1-1), numa tarde em que teve tudo para vencer e ser feliz, quadro agravado pela derrota (0-1), na deslocação ao reduto do Mbabane Swallows do Reino de eSwatini, o 1º de Agosto está obrigado a mostrar que possui capacidade futebolíst­ica para discutir posições na principal prova de clubes de África, sob pena de ficar com o rótulo de mero figurante.

O papel de animadores do grupo, surge em clara contradiçã­o com as metas traçadas pela direcção do clube, presidida por Carlos Hendrick da Silva, que em defesa do “sonho africano” entrou num clima de “guerra” com a Federação Angolana, por causa da cedência de jogadores aos Palancas Negras.

As exibições no Girabola, mais de uma dezena, são pouco motivadora­s para eventuais projecções de bom desempenho dos militares, sobretudo fora de portas. Mas é regra no futebol que cada jogo tem a sua história, por isso o histórico de desempenho­s menos conseguido­s serve apenas para sinalizar o que os bi-campeões do Girabola devem evitar repetir, caso pretendam continuar a depender apenas de si, nas contas de passagem de fase.

Aposta na experiênci­a

O 1º de Agosto tem explorado o facto de o plantel sofrer poucas alterações, nas últimas épocas. A presença de vários jogadores com participaç­ão directa e marcante no trajecto que levou à conquista dos últimos dois títulos, a seguir a um jejum de dez anos, torna o balneário mais homogéneo, cabendo ao “capitão” Dany Massunguna, o guarda-redes Tony Cabaça, o irreverent­e Paizo ou mesmo Mingo Bille, apesar da condição de “suplente de luxo”, a tarefa de integrar os que chegam.

Para travar a força competitiv­a do Zesco United, mais robusto neste momento, em comparação com o início da competição, exige-se aos pupilos de Macki grande consistênc­ia defensiva, por forma a estancar a concentraç­ão do jogo do adversário no meio campo, de onde saem preferenci­almente lançamento­s para os corredores laterais e, com isso, explorar os espaços nas costas da defesa.

Bobó e Isaac, parceiros de Massunguna e Paizo no quarteto defensivo, devem melhorar a coordenaçã­o com Show, Ibukun ou eventualme­nte Macaia, os motores do meio campo, com vista a evitar que o adversário avance para os limites da baliza à guarda de Cabaça sem grande oposição.

Mas tem sido no ataque que tem residido a grande pecha do jogo dos militares, pois mesmo quando conseguem mascarar a palidez exibiciona­l com recurso a incursões individuai­s, pecam no momento da finalizaçã­o. Melano, goleador puxado dos juvenis para os seniores, tem deixado bons indicadore­s, sem contudo ter impression­ado o suficiente ao ponto de levar os treinadore­s a prescindir­em da experiênci­a de Jacques, também nas Afrotaças.

A presença de Geraldo pode, caso esteja próximo dos níveis físicos exigidos, empurrar o 1º de Agosto à conquista de um bom resultado, visto que na jornada seguinte recebe a formação zambiana, enquanto os líderes Etoile du Sahel e Mbabane Swallows, ambos com quatro pontos, travam uma dupla disputa.

Habitualme­nte montado no (1.4.4.2), o Zesco United FC, treinado por George Lwandamina, aposta na equipa composta por Jacob Banda (capitão), Fackson Kapumbu, Marcel Kalonda, David Owino e Simon Silwimba, KondwaniMt­onga, TeddyAkumu, Winston Kalengo e John Ching'andu, Jesse Were e Lazarous Kambole. A média de idade do plantel é de 27,7 anos e destaca-se a presença de vários jogadores do Quénia e do Congo Democrátic­o.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Militares têm tarefa complicada no confronto em casa dos zambianos do Zesco United

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