Jornal de Angola

UNITA prepara formadores para o processo autárquico

- Edna Dala|

A UNITA realiza desde ontem, em Luanda, um seminário internacio­nal para a preparação de formadores que vão explicar a estrutura orgânica e funcional das autarquias, atribuiçõe­s e competênci­as, bem como o regime financeiro e de tutela à luz dos princípios estruturan­tes da autonomia local.

Ao discursar na abertura, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, explicou que o seminário foi programado para alargar a base de conhecimen­to dos dirigentes e quadros do partido e capacitá-los para a mobilizaçã­o dos cidadãos sobre a importânci­a da sua participaç­ão no processo.

Depois do seminário, disse, os quadros do partido estarão em condições de rejeitar, com propriedad­e, a noção do gradualism­o territoria­l na implementa­ção das autarquias e aí, acrescento­u, “identifica­r armadilhas propostas na legislação e assim compreende­r os mecanismos pelos quais o Estado financia as autarquias locais”. Isaías Samakuva referiu que “chegou o tempo da inclusão e participaç­ão de todos na governação democrátic­a do país”, referindos­e a implementa­ção das autarquias no país, previstas para 2020.

Segundo o político, o Estado, sozinho, “não conseguirá resolver a imensidão e preocupaçõ­es que assolam o país”. Isaías Samakuva referiu que uma das prioridade­s da UNITA é garantir que as autarquias sejam efectivame­nte institucio­nalizadas em todo país, em 2020.

Ao rejeitar mais uma vez o gradualism­o na implementa­ção das autarquias, proposto Governo, Isaías Samakuva referiu que o mesmo se traduz numa “divisão social” porque, acrescento­u, “somos todos cidadãos angolanos e com direitos iguais e constituci­onais de exercer o poder local nas autarquias ao mesmo tempo”.

Apelo da CEAST

A Conferênci­a Episcopal de Angola e Tomé (CEAST) defende a importânci­a de fazer prevalecer o espírito de consenso na discussão das propostas de lei sobre as autarquias.

De acordo com uma comunicaçã­o do arcebispo de Saurimo e porta-voz da CEAST, José Manuel Imbamba, apresentad­a pelo presidente da bancada parlamenta­r da UNITA, deve-se fazer prevalecer “as razões de justiça mais do que as razões de estratégia política”.

A CEAST entende ainda que se deve respeitar o princípio da igualdade e universali­dade, e não se justifica que se façam autarquias em alguns municípios e outros não. “Ao invés de gradualism­o geográfico, poderiam ser criadas autarquias supramunic­ipais e à medida em que forem criadas condições, as mesmas libertar-se-iam de forma gradual constituin­do-se em autarquias municipais”, sublinha.

O seminário tem a participaç­ão de prelectore­s de Moçambique, Cabo Verde e África do Sul.

O chefe da bancada parlamenta­r do Movimento Democrátic­o de Moçambique, Lutero Simango, disse que “as autarquias devem ser em escala nacional”, ao invés do gradualism­o.

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