Bruxelas apela à solução urgente para migrações
A Comissão Europeia defendeu ontem "uma solução rápida e duradoura" para os desembarques de migrantes, depois de Itália apenas ter aceitado assistência a 450 migrantes mediante o compromisso de cinco Estadosmembros, entre os quais Portugal, de os acolher.
Os migrantes, que foram avistados na sexta-feira a bordo de um barco de madeira, foram transferidos para dois navios militares e, no domingo, finalmente autorizados a desembarcar na Sicília, face ao compromisso de cinco Estados-membros - França, Alemanha, Malta e Espanha, além de Portugal -, de partilhar entre si o seu acolhimento.
“Saudamos o facto dos dois navios, o Protector e o Monte Sperone, terem podido desembarcar”, o que foi possível graças aos “Estados-membros que aceitaram acolher os migrantes a bordo”, afirmou o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas, na conferência de imprensa diária da Comissão, em Bruxelas.
Apontando que “há muito que a Itália apela a uma cooperação regional para o desembarque” de migrantes “e tem razão para o fazer", o mesmo porta-voz acrescentou que, no entanto, "a Comissão estima que soluções 'ad hoc'”, como aquela alcançada no fim-de-semana, “não podem ser duradouras a longo prazo”, apelando por isso a um esforço de todos no sentido de serem encontradas “soluções mutuamente aceites, europeias, com base nas conclusões do último Conselho Europeu”. Na última cimeira de líderes da UE, realizada em Bruxelas, num clima de grande tensão, acabou por ser alcançado um acordo sobre medidas para uma melhor gestão dos fluxos migratórios, que prevê a criação de plataformas de desembarque regionais de migrantes e de centros controlados nos Estados-membros, bem como o reforço do controlo das fronteiras externas. Com vista também a "desmantelar o modelo de negócio dos traficantes.