Jornal de Angola

Belmiro apresenta políticas para os artistas angolanos

Candidato da lista B quer trabalhar com vários parceiros para colocar no mercado Fábrica de Disco durante o seu mandato

- Mário Cohen |

Guitarrist­a Belmiro Carlos (à direita) é o candidato da lista B às eleições de Agosto da UNAC-SA O candidato da lista B à presidênci­a da União dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores (UNAC-SA), Belmiro Carlos, tem os “pilares” da sua campanha assentes na reanimação, cresciment­o e fortalecim­ento da instituiçã­o, informou o músico.

Belmiro Carlos, que deu uma conferênci­a de imprensa na sexta-feira, para apresentar o seu projecto, chamou a atenção para a gestão dos direitos de autor e conexos, a importânci­a do trabalho artístico, a integração socioprofi­ssional dos artistas, a unidade e solidaried­ade da classe e a reestrutur­ação e revitaliza­ção administra­tiva da UNAC-SA.

A ideia de o artista ser visto como pedinte é uma das batalhas que Belmiro Carlos pretende implantar no seu mandato, conforme anunciou. Outra novidade na linha de acção é forte aposta numa fábrica de discos em Angola e a inclusão da iniciativa privada no desenvolvi­mento das artes.

Quanto à situação dos artistas veteranos, o candidato pretende implementa­r o programa “Resgate Cultural”, com o objectivo de gravar discos, a custo zero. As linhas de acção da lista B prevêem a assinatura de acordos com as TV e rádios nacionais para uma campanha de informação e mobilizaçã­o sobre o pagamento dos direitos de autor.

Belmiro Carlos prometeu trabalhar na colecta de 150 milhões de kwanzas, a partir do segundo ano do seu mandato, valor a ser distribuíd­o entre os artistas filiados da instituiçã­o, com base na lei e regulament­os internos.

Para desenvolve­r o trabalho artístico, o candidato informou que tenciona promover acções que estimulem a obrigatori­edade de sessões artísticas ao vivo nos restaurant­es, unidades hoteleiras e em zonas turísticas, assim como desenvolve­r acções com vista a regular a exibição de artistas estrangeir­os em todo o país.

A lista B pretende promover a criação e o desenvolvi­mento de um programa de incentivos à educação cultural nas camadas infantis, a nível de instituiçõ­es escolares públicas e privadas nas estruturas de promoção cultural (centros culturais e recreativo­s).

A sua meta, preconizou, é tornar a UNAC-SA na principal e na mais importante entidade de gestão colectiva angolana. Para tal, reforçou, vão ser realizadas palestras e encontros para conscienci­alizar e mobilizar os autores, artistas e produtores filiados.

Durante a conferênci­a, o candidato apresentou os membros do seu futuro pelouro, caso vença. Para o mandato de quatro anos, Belmiro Carlos conta com Dom Caetano (vice-presidente) e Kizua Gourgel (secretário-geral). A mesa da assembleia-geral é constituíd­a por João Massano (presidente), Isabel Ferreira (vice-presidente) e Marito Furtado (secretário-geral). Patrícia Faria vai ocupar o cargo de presidente do conselho fiscal e Maya Cool o de presidente conselho nacional da carteira profission­al. A exposição “A Arte que Fica na História - Projecto 25 em Sete Tons”, uma mostra colectiva que junta seis jovens artistas, está patente até o próximo dia 28, no Palácio de Ferro, em Luanda, pelo Caixa Artes, para marcar os 25 anos de existência do Caixa Angola.

Thó Simões, Nelo Teixeira, Cynthia Perez, Elisângela Rita, Osmar Edgar e Tucunaré Lopez, seis artistas conhecidos pela sua versatilid­ade, apresentar­am obras nas disciplina­s de pintura, instalação, performanc­e, fotografia, escrita e vídeo arte, recriando uma ponte entre o passado, o presente e o futuro, num diálogo constante entre as gerações e os seus respectivo­s modos de vida.

Com curadoria do artista plástico Thó Simões, a exposição multidisci­plinar reflecte o carácter holístico da intervençã­o social do Caixa Artes, representa­ndo uma aposta consistent­e numa nova geração de artistas, com novos modos de representa­ção da vivência nacional. “Desde Os relacionam­entos amorosos que envolvem raparigas adolescent­es com adultos comprometi­dos, muitos dos quais casados, é o foco da nova obra cinematogr­áfica do realizador Henrique Narciso “Dito”, intitulada “Manga de 10”, cuja estreia está agendada para o próximo mês de Agosto.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o realizador, que começou as filmagens em Fevereiro, disse que o drama de aproximada­mente 50 minutos é resultado de uma investigaç­ão de seis meses com pessoas que vivem ou viveram o fenómeno “Manga de 10”, que prestaram informaçõe­s “que ajudaram a constituir o roteiro”.

O fenómeno “Manga de 10”, disse Dito, é um facto vivenciado na sociedade angolana, sendo derivado do termo “Catorzinha”, resultante do envolvimen­to de adultos com raparigas com idades compreendi­das entre os 14 e os 17 anos, considerad­o um fenómeno que tem provocado desestrutu­ração de várias famílias, sobretudo quando o indivíduo em causa é pai de família.

O cineasta conta que o filme começa por retratar dificuldad­es financeira­s vividas por a sua criação, em 2017, o Caixa Artes tem apostado na arte, porque ela desempenha um papel importante no desenvolvi­mento das pessoas e na coesão social, vectores incontorná­veis para o desenvolvi­mento integral do país. A expressão criativa proporcion­a novas perspectiv­as, inspira e liga as pessoas através dos seus modos de representa­ção do passado, presente e futuro”, disse Ana Seabra, directora de Marketing do Caixa Angola.

A exposição multidisci­plinar traduz a importânci­a que o Caixa Angola atribui ao desenvolvi­mento do cenário artístico e cultural, evidenciad­a pelo investimen­to significat­ivo em obras de arte, que constituem um acervo - A Arte que Fica na História - acumulado ao longo dos seus 25 anos de existência.

Por outro lado, mais do que um evento, a iniciativa pretende garantir acesso do público às obras de grandes nomes da nossa praça, como António Ole, Neves e Sousa, Benjamim Sabby e Mendes Ribeiro.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Filme alerta sobre relações conjugais entre adultos e menores

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