Domínio europeu desde os ‘quartos’
O trajecto da selecção da Croácia ficou muito marcado por um 3-0 à Argentina que colocou a equipa na ‘moda’, mas, depois, só superou Dinamarca e Rússia nos penáltis e a Inglaterra no prolongamento, não vencendo, assim, um único jogo a eliminar nos 90 minutos.
Ainda assim, os croatas chegaram à final depois de terem estado a perder nos ‘oitavos’, nos ‘quartos’ e nas ‘meias’, o que revela uma equipa com uma grande consistência psicológica, um conjunto que acreditou sempre na qualidade do seu futebol.
O médio Modric, eleito o melhor jogador da prova, liderou os croatas, juntamente com Rakitic e Perisic, sendo que quase todos saíram com nota alta, casos de Subasic, Vrsaljko, Vida, Lovren, Strinic, Mandzukic, Rebic, Krmaric ou Brozovic.
A Bélgica, que acabou a prova como o melhor ataque, com 16 golos, conseguiu também o seu melhor resultado de sempre, ao fechar o pódio, melhorando o quarto posto de 1986, mas o seu futebol merecia algo mais, pelo menos a presença na final.
Seis vitórias e um desaire por 1-0 com a França, nas meias-finais, por culpa de um canto, um pormenor, foi o saldo dos belgas, um conjunto recheado de grandes talentos, acima de todos os médios Kevin De Bruyne e Eden Hazard.
O espanhol Roberto Martínez conseguiu fazer uma equipa de uma colecção de ‘estrelas’, na qual também brilharam intensamente Lukaku, que acabou com quatro golos, Courtois, eleito o melhor guarda-redes da prova, e Meunier.
Às meias-finais, 28 anos depois, chegou também a Inglaterra, que, com um futebol bem mais directo e pragmático, mais pelo ar, à falta de médios criativos e capazes de ter a bola, conseguiu igualar o registo de 1990.
O guarda-redes Pickford e o central Maguire foram revelações, num conjunto que teve como grande figura o avançado Harry Kane, que, com seis golos, tornou-se o segundo inglês a sagrar-se ‘rei’ dos marcadores, após Gary Lineker, em 1986.
Nos ‘quartos’, foram afastados o Brasil, de um Neymar que viu tudo o que fez ser ‘transformado’ em quedas teatrais, e o Uruguai, desfalcado de Cavani, deixando a América do Sul sem representantes. Culpa de Bélgica e França, respectivamente.
Com toda a naturalidade, também ‘tombaram’ a Suécia, que não chegava ao ‘top 8’ desde 1994, e a melhor Rússia após o final da União Soviética, que só sucumbiu perante a Croácia, nos penáltis, depois de um trajecto em que brilharam Cheryshev e Golovin.
Antes, nos ‘oitavos’, caíram os dois jogadores que têm dominado o planeta futebolístico, Messi, perante a França, e Ronaldo, face ao Uruguai, a Espanha, ‘traída’ antes do arranque por Julen Lopetegui, e os últimos ‘outsiders’, o México e o Japão.
Quanto à fase inicial, a grande ‘bomba’ foi a eliminação da Alemanha, culminada com um inacreditável 0-2 com a Coreia do Sul, o resultado mais surpreendente da prova, enquanto as selecções africanas falharam em bloco, o Senegal por 'excesso' de cartões.
Os estreantes Islândia e Panamá também viram a sua participação terminar após três jogos, numa competição que registou 169 golos – a dois do recorde absoluto de 1998 e 2014 -, incluindo 22 penáltis e 12 auto-golos.
Quanto ao VAR, foi aprovado na generalidade, sem qualquer dúvida pela FIFA, mas também pela grande maioria de jogadores e treinadores, com os acertos a compensarem claramente alguns erros, entre eles um penálti mal assinalado contra Portugal.