SIC liberta de cativeiro cidadão indiano raptado
Cidadão indiano foi raptado na manhã do dia 11, na rua da Encoal, no bairro Golfe, município do Kilamba Kiaxi
As primeiras palavras proferidas foram dedicadas ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), a quem agradeceu por lhe ter resgatado com vida, quatro dias depois de ter sido raptado por um grupo de quatro nigerianos, no município do Kilamba Kiaxi, província de Luanda.
A vítima, um cidadão indiano, reconheceu, depois da sua libertação do cativeiro, que dizer obrigado é muito pouco para agradecer ao Serviço de Investigação Criminal pelo êxito da operação, desenvolvida por um grupo de experientes operativos do SIC.
O cidadão indiano foi raptado na manhã do dia 11, na rua da Encoal, no bairro Golfe, município do Kilamba Kiaxi, quando se dirigia ao serviço a bordo de uma viatura, um Toyota Hilux.
Na rua da Encoal, o Toyota Hilux, conduzido por um angolano, foi impedido de prosseguir o caminho, mas não passou pela cabeça do indiano que seria vítima de um rapto, tendo depois desconfiado quando foi abordado por indivíduos que saíram do carro que impedia a circulação do veículo em que se encontrava.
A viatura Toyota Hilux não saiu do local, por os nigerianos terem dado conta de que estava munida com sistema GPS. O indiano foi colocado na viatura, um Toyota Corolla, em que se faziam transportar os raptores e levado para uma moradia, no bairro Calemba II, onde sofreu maus-tratos.
A moradia onde o indiano ficou sob cativeiro foi subarrendada aos quatro raptores por um cidadão também nigeriano, quatro dias antes do rapto. O indiano foi colocado num quarto escuro, com os olhos vendados e a boca amordaçada, tendo recebido apenas pão e água como alimento.
A família do indiano entrou em contacto com os raptores quando estes fizeram um telefonema a partir do telemóvel da vítima. No primeiro contacto, os raptores avançaram o valor do resgate, que era de 150 mil dólares, montante reduzido, no dia seguinte, para cem milhões de kwanzas. As negociações ficaram concluídas com a indicação do local e da hora para a entrega do dinheiro, às 23h00, junto à Igreja Josafat, na avenida Pedro de Castro VanDúnem “Loy”.
Ao local combinado, os quatro nigerianos chegaram num Toyota Rav4, mas já lá estavam operativos do SIC, à espera dos raptores. Quando deram conta da sua presença, os quatro nigerianos fizeram disparos, tendo os operativos do SIC reagido e, do confronto no local, morreu um dos raptores.
O indiano foi colocado num quarto escuro, com os olhos vendados e a boca amordaçada, tendo recebido apenas pão e água
Na perseguição, um nigeriano foi alvejado, nas imediações da zona conhecida como Avô Kumbi, e acabou por morrer a caminho do hospital. Os dois que escaparam estão até hoje em fuga. Localizado o cativeiro, no âmbito de um intenso trabalho operativo, o SIC libertou o cidadão indiano e apreendeu uma arma AKM e duas viaturas.
O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial de Luanda do Ministério do Interior, intendente Mateus Rodrigues, assegurou que as diligências continuam para a detenção dos nigerianos foragidos. Os quatro nigerianos não têm cadastro na Polícia, declarou Mateus Rodrigues, que disse não ser mesmo assim um indicador de que não tenham cometido anteriormente acções criminosas.
O cidadão indiano está a ser acompanhado pelo Gabinete de Apoio à Vítima, que funciona numa esquadra da Polícia Nacional na Centralidade do Kilamba. O intendente Mateus Rodrigues declarou que o rapto não é um crime comum entre os angolanos e, em Angola, o crime ocorre normalmente dentro das comunidades estrangeiras.