Homenagem a Mandela
Para asinalar o centenário de Nelson Mandela, a 18 de Julho, estamos certos que muito se dirá acerca desse líder, dessa figura incontornável da História mundial, afinal, a própria AssembleiaGeral da ONU decidiu assinalar o 100º aniversário do nascimento de Nelson Mandela com uma cimeira de alto nível, focada na paz mundial, antes da reunião anual de líderes, prevista para Setembro próximo.
Mandela tem a sua imagem associada à luta pela liberdade e igualdade no mundo, pelo que festas, eventos e shows marcam o ano. Como não podia deixar de ser, os festejos têm como epicentro a África do Sul, seu país natal, onde um aplicativo foi desenvolvido pelo escritório de turismo para que qualquer pessoa possa “calçar os sapatos” do líder e ter a experiência de percorrer os seus passos.
Os organizadores referem que caminhar pela chamada “Jornada de Mandela” significa passar pelos diversos pontos turísticos relacionados à sua história e poder compreender melhor a essência da luta pela liberdade.
Para orientar os viajantes, foi criado o aplicativo Madiba’s Journey (A Jornada de Madiba), que usa dados de localização dos usuários para indicar em tempo real a que distância eles se encontram das atracções, além de ajudar na organização de itinerários.
O aplicativo também fornece uma série de informações com textos e áudios a respeito das atracções, mapas e galerias de fotos. Mesmo quem não pode estar na África do Sul pode conhecer de forma íntima e comovente a história de Mandela. Além disso, o app facilita o compartilhamento da experiência nas redes sociais e possui um sistema de recompensas ligado ao nível de engajamento do usuário. Online, claro.
Momento actual
Na África do Sul, Cyril Ramaphosa, que substituiu Jacob Zuma à frente do ANC, predispôs-se a um combate político visto por alguns como “bastante agressivo e perigoso, sobretudo, porque dentro do seu próprio partido existem figuras implicadas em esquemas de corrupção”, como o próprio reconheceu, quando prometeu tornar de novo o parido na maior força política do país o mais rápido possível.
Ramaphosa não se referiu a nomes nem a processos em que estejam implicados militantes do partido, mas disse que o ANC sofreu, nos últimos anos, ataques “terríveis” que prejudicaram os programas e enfraqueceram a “força da sua imagem, preenchida de conquistas e glórias”.
No momento actual, há a mencionar que o ambiente político na África do Sul registou momentos de grande tensão, com cisões e aproximações de políticos, as quais alteraram todo o mosaico do campo de acção dos partidos.
Cyril Ramaphosa, 65 anos, foi eleito para a liderança do ANC, no poder desde 1994, substituindo Zuma, numa altura em que este tinha a imagem bastante contestada, já que, nos últimos anos, esteve muito concentrado em provar a sua inocência em actos de corrupção, que haviam resultado no sofrimento de milhões de sul-africanos.
Ao novo Presidente cabe assim a dura tarefa de unir o partido histórico até às presidenciais, previstas para 2019, uma vez que a apreciação sobre o desempenho de Zuma não é unânime e está a dividir o partido.
Para já, Cyril Ramaphosa e pares têm de fazer um trabalho extenuante para recuperar o capital perdido e dobrar as forças da oposição, como prometeu perante os 5000 militantes.
A importância de Mandela
Para mudar o quadro, Ramaphosa conta com o respaldo da figura de Nelson Mandela. Tanto assim é que a Asembleia-Geral da ONU decidiu assinalar o 100º aniversário do nascimento de Nelson Mandela com uma cimeira de alto nível focada na paz mundial, antes da reunião anual de líderes, em Setembro próximo. A resolução diz que a Cimeira da Paz Nelson Mandela vai incluir discursos de altos responsáveis da ONU, da Comissão da União Africana e de Estados-membros.
A resolução evoca a dedicação do líder anti-apartheid na promoção da resolução do conflito, nas relações inter-raciais, direitos humanos, reconciliação e igualdade de género.
Nelson Mandela morreu a 5 de Dezembro de 2013, aos 95 anos, vítima de doença prolongada, após uma pneumonia reincidente. Madiba, que esteve preso 28 anos (1962-1990), acusado de sabotagem e luta armada contra o Governo racista da África do Sul, tornou-se, em 1994, no primeiro Presidente negro do país, ao ser eleito nas primeiras eleições livres e multiraciais. Recebeu, em 1993, o Nobel da Paz, em conjunto com Frederik de Klerk.
Mandela governou a África do Sul até 1999 e tornou-se num dos principais estadistas do século XX, como referência na luta contra a segregação racial. É visto pelos seus compatriotas como o patriarca da “nação do arco-íris”. Após o fim do mandato, voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos.