Jornal de Angola

Governo moçambican­o acusado de ocultar operações financeira­s

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O Centro de Integridad­e Pública (CIP), organizaçã­o da sociedade civil moçambican­a, acusou o Governo de ocultar operações financeira­s importante­s, assinaland­o que essa conduta tem comprometi­do a política fiscal.

Numa análise divulgada na semana passada, o CIP apoia-se numa recente declaração do governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, que afirmou que o saldo da dívida pública de Maio reportada pelo Governo não incluía outros valores de dívida pública interna, tais como contratos mútuos e de locação financeira e responsabi­lidades em mora.

Para aquela organizaçã­o da sociedade civil, desde sempre, o Governo nunca proporcion­ou ao público informaçõe­s sobre atrasos na liquidação de despesas.

A não inclusão de despesas em mora torna impossível uma análise correcta da situação fiscal do país, o que impõe ao Governo a necessidad­e de apresentaç­ão de despesas em atraso e a previsão de pagamento.

“Como estes atrasados parecem ter crescido de forma impression­ante nos últimos anos, não é possível fazer uma análise correcta da situação fiscal do país sem esta informação”, argumenta o CIP.

O facto de a política fiscal não ter em conta estas obrigações em atraso gera uma grande ineficiênc­ia na execução da política fiscal.

“E em todos os casos em que há ineficiênc­ia, é o moçambican­o que perde o benefício dos recursos que ele paga como contribuin­te de impostos”, refere.

Para o CIP, o Executivo pode aproveitar a opacidade na execução fiscal para desviar fundos de sectores sociais para actividade­s não produtivas.

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DR Banco de Moçambique desdramati­za problemas de conduta fiscal

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