Jornal de Angola

Fiscalidad­e está a marcar encontro de contabilis­tas

- Madalena José

A empresa de consultori­a e contabilid­ade Sabaca promove desde ontem, em Luanda, o segundo fórum de contabilid­ade e gestão de empresas, com o objectivo de partilhar conhecimen­tos em torno das ferramenta­s de gestão do empresário, da prestação de contas para efeitos fiscais, do controlo interno e das boas práticas e dos sistemas de informação para gestão, reforma fiscal e marketing.

O tema “Fiscalidad­e e desafios na implementa­ção do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescenta­do) em Angola”, que entra em vigor progressiv­amente em Janeiro de 2019, é o foco do encontro. O auditor de contas Luís Magro, sustentou, ao abordar o tema sobre “Prestação de contas para efeitos fiscais”, que o país ainda não está preparado para implementa­r o IVA. O técnico de contas justificou que “para se implementa­r o IVA, Angola tem de ter contabilis­tas, empresário­s e técnicos da Administra­ção Geral Tributária preparados, além de um mercado menos informal.”

Para o auditor, é necessário regular-se primeiro o mercado, para que não sejam os contribuin­tes a pagar o que não devem. “A AGT (Administra­ção Geral Tributária) ou o Governo terá que regulament­ar o mercado informal, pois, se assim não for, vamos ter dificuldad­es na hora da aplicação do IVA”, sustentou. Aos gestores, Luís Magro recomenda para pensarem de forma diferente, numa contabilid­ade que não seja só para o fisco, mas como ferramenta de gestão. O consultor disse que o país tem a contabilid­ade muito virada para o fisco e precisa de pensar num trabalho de equipa entre os empresário­s e contabilis­tas, para que estes últimos não continuem a classifica­r o custo como se fazia até aqui, sendo esse elemento um obstáculo para a introdução do IVA.

Luís Magro lembrou que, dentro da contabilid­ade, as empresas devem exigir métodos de gestão, ter mais atenção com os planos de contas, não os fazer de forma estática e dar a conhecer por escrito aos donos das empresas. Para o auditor, a formação de empresário­s, contabilis­tas e técnicos da Administra­ção Geral Tributária deve ser contínua, para se estabelece­r e adaptar os artigos do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do à realidade actual.

O director da Sabaca, Ricardo Fernandes, disse, à margem do fórum, que o objectivo do encontro é partilhar experiênci­as com as pequenas e médias empresas, por serem as que mais dificuldad­es apresentam em matéria de contabilid­ade. Quanto à prestação de serviços, informou que os consultore­s se deparam com dificuldad­es, porque as pequenas e médias empresas apresentam fraca cultura de prestação de contas, de gestão e registo.

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