Jornal de Angola

Circulação rodoviária caótica na avenida Deolinda Rodrigues

Quando ficar concluída, vai pôr fim à inundação da via, já que o canal que está a ser aberto vai drenar águas pluviais

- César Esteves

Os automobili­stas que usam regularmen­te a Estrada Nacional 230, também conhecida como Avenida Deolinda Rodrigues, mostraram-se, ontem, agastados com o engarrafam­ento registado diariament­e num dos troços, onde está em construção um canal que vai estar ligado à vala de drenagem do Kariango.

O trabalho em execução, quando ficar concluído, vai pôr fim à inundação da via, já que o canal que está a ser aberto vai drenar águas paradas junto à Fermat, Lactiangol, Universida­de Católica e Shoprite, áreas mais afectadas no tempo chuvoso.

O período da manhã é o mais crítico, segundo os motoristas abordados pelo Jornal de Angola. Um deles é Evaristo José, taxista informal, que disse ser recorrente ficar mais de uma hora no arreliador engarrafam­ento. O taxista faz cálculo quando fica tanto tempo no engarrafam­ento e o valor do prejuízo diário é de mais de dois mil kwanzas.

Evaristo José, que faz a linha Golfe II/Vila de Viana, contou que, às vezes, para fugir do engarrafam­ento, usa, como alternativ­a, a via do Simão Kimbango, passando pela Estalagem, para depois sair pela Base Central de Abastecime­nto (BCA) das Forças Armadas Angolanas (FAA).

No seu entender, as obras dessa natureza deviam ser executadas apenas aos fins de semana, por ser um período de menor tráfego rodoviário.

Domingos Catumbila, também usuário da via, contou que alguns automobili­stas, quando se apercebem da ausência de agentes reguladore­s de trânsito destacados no segundo ponto de construção do canal, utilizam indevidame­nte uma escapatóri­a, por onde habitualme­nte passam peões, junto à Fermat.

“Não é fácil passar por aqui de manhã ou a partir das 14 horas”, declarou Domingos Catumbila, adiantando que os motoristas impaciente­s têm que estar psicologic­amente preparados para enfrentar aquele caos.

O engarrafam­ento aumentou de forma significat­iva na via porque a empresa responsáve­l pelas obras a estreitou, num dos pontos, uma condição que faz com que os carros circulem em fila indiana e lentamente.

A via, no seu todo, tem mais de uma faixa de rodagem, mas, devido ao estreitame­nto, passou a ter apenas uma. O troço está a ser alvo de duas intervençõ­es. Uma a decorrer na área do Cavalo Branco e outra junto à Fermat. O maior constrangi­mento está no Cavalo Branco, cujo local para um motorista chegar fica durante muito tempo num engarrafam­ento que, às vezes, começa no Cemitério de Sant'Ana. "Fica uma fila enorme de viaturas", descreveu um motorista que não se identifico­u.

Quando lhe foi pedido para aferir o grau de constrangi­mento provocado pelas duas intervençõ­es, o motorista disse que, “na verdade, as duas estão a provocar estragos à circulação rodoviária”.

Um técnico da empresa que executa a obra na via disse que o trabalho consiste na colocação de um canal que vai estar ligado à vala de drenagem do Kariango, que nasce no bairro Cazenga e desemboca no Cassequel do Buraco.

Obras vão até Setembro

O porta-voz do Ministério da Construção e Obras Públicas, Samir Kitumba, garantiu ontem ao Jornal de Angola que a obra arrancou em Maio e termina em Setembro. Samir Kitumba reconheceu que não foram dados "grandes avanços" à obra devido à chuva, que causou inundação da via.

“Perdia-se muito tempo para retirar a água”, acrescento­u o porta-voz do Ministério da Construção e Obras Públicas, que disse ter sido já intervenci­onada uma extensão de 1000 metros dos 1800 previstos.

Além da intervençã­o nos últimos 800 metros, está a ser feita também a terraplena­gem para ficar concluída a área já intervenci­onada. O objectivo, segundo o porta-voz, é diminuir o constrangi­mento verificado diariament­e na via.

O porta-voz do Ministério da Construção e Obras Públicas, Samir Kitumba, disse ter sido já intervenci­onada uma extensão de mil metros dos 1800 previstos na avenida Deolinda Rodrigues

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Redução do número de faixas de rodagem devido a obras está a causar engarrafam­entos

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