Fronteira entre Irlandas vai continuar “invisível”
A primeira-ministra britânica, Theresa May, reiterou ontem, em comunicado, que a fronteira entre as duas Irlandas vai continuar a ser “invisível” depois da saída do Reino Unido da União Europeia.
O comunicado de Theresa May foi emitido antes de viajar, hoje, para a Irlanda do Norte, em visita aos pontos fronteiriços para falar com os moradores locais sobre preocupações em relação ao “Brexit”.
“Reconheço que a sua subsistência e a dos seus amigos e familiares depende da liberdade de movimentos para atravessar livremente a fronteira, negociar, viver e trabalhar diariamente”, disse Theresa May, razão pela qual afirma que o Governo não vai restabelecer uma barreira com a República da Irlanda, em nome da paz e das economias dos dois países.
“As viagens diárias continuam sem interrupções e sem postos de controlo ou uma infra-estrutura” que impeça o movimento entre fronteiras, assegurou a primeira-ministra, para acrescentar que não vai ser imposta nenhuma linha divisória entre o Reino Unido e a UE no Mar da Irlanda, pois o objectivo de Theresa May é a preservação “da integridade do mercado interno do Reino Unido e a posição da Irlanda do Norte nele”.
Bruxelas disse que a região deve permanecer alinhada com algumas normas do mercado único e da união aduaneira, caso o resto do país abandone definitivamente esses espaços económicos e o Governo não apresente opções viáveis para manter a fronteira da Irlanda do Norte aberta.
Frente à pressão dos membros do Executivo, bem como do Partido Democrático Unionista, principal representante da comunidade protestante norte-irlandesa, Theresa May recusou a opção apresentada por Bruxelas.
A primeira-ministra reúnese também hoje com os principais partidos políticos e líderes empresariais e comunitários da região, tendo marcado para amanhã um discurso em Belfast, no qual vai expor a sua proposta de estratégia de saída da UE.