Discriminação salarial preocupa Mulheres Sindicalizadas
A discriminação salarial,a falta de pagamento do subsídio de maternidade e o baixo valor da subvenção do aleitamento materno constituem as principais preocupações apresentadas por trabalhadoras ao Comité Provincial das Mulheres Sindicalizadas.
A secretaria-geral do Comité Provincial das Mulheres Sindicalizadas, Filomena Soares, disse ontem, em Luanda, à margem do fórum “A participação da mulher na vida sindical”, que o organismo tem enfrentado “inúmeros desafios”, resultantes do incumprimento por parte de algumas entidades empregadoras, que se demarcam das suas obrigações para com os trabalhadores.
Segundo Filomena Soares, alguns conflitos têm sido resolvidos por meio de acordos entre a entidade empregadora e os trabalhadores e o comité das mulheres sindicalizadas tem conseguido ajudar na solução de alguns destes casos.
Filomena Soares disse que o facto de muitas mulheres desconhecerem a legislação laboral sindical faz com que sejam marginalizadas na atribuição salarial, principalmente quando se trata de funcionárias com o mesmo perfil e capacitação.
“Queremos uma maior participação das mulheres nos sindicatos e contribuir para que elevem o seu nível para o bem-estar social, justiça e progresso”. Para isso, considerou necessário existir acompanhamento das mulheres trabalhadoras que, independentemente de exigirem os seus direitos, devem, também, saber quais os seus deveres.
Filomena Soares apelou às mulheres, particularmente nas empresas, para que sejam mais organizadas e que façam parte dos núcleos sindicais.
O seminário visa orientar as trabalhadoras a criarem programas que incentivem a sua participação nos núcleos sindicais. “É importante que conheçam a lei sindical, a reforma e o papel da mulher na sociedade.”
O Comité Provincial das Mulheres Sindicalizadas controla 17 núcleos sindicais de várias empresas e um dos seus principais desafios consiste na defesa da igualdade, oportunidades e tratamento.
Durante o fórum, no qual participaram coordenadoras dos núcleos de mulheres sindicalizadas de Luanda, foi abordada a legislação laboral sindical, as leis geral do trabalho, sindical, da maternidade e direitos e deveres das mulheres domésticas.
O Comité Provincial das Mulheres Sindicalizadas tem programado, para o dia 28, uma marcha em alusão ao assédio sexual e moral nas empresas. Pelo menos 5.600 professores da província de Luanda vão receber formação, até Dezembro do corrente ano, no âmbito do projecto CAPPRI (Capacitação para Professores Primários), levado a cabo pelo Ministério da Educação.
O projecto, apresentado ontem, tem início nos municípios de Luanda e vai beneficiar 225 mil alunos. Até 2023, o Ministério da Educação prevê capacitar 49.854 professores em todo o país.
A ministra da Educação, Maria Cândida Teixeira, disse que o projecto visa melhorar o desempenho de cada professor primário, a qualidade e a metodologia do seu trabalho na sala de aula, com vista a estimular o aluno a desenvolver melhor as suas capacidades, habilidades e valores.
O projecto torna o professor num modelo a seguir, disse a governante, que entende que o docente deve ser um exemplo de dedicação, de ajuda e de sabedoria.
Um estudo recente do Ministério da Educação informa que a percentagem de aproveitamento académico dos alunos por província, município e escola foi de 55 por cento e a competência profissional está na ordem dos 49 por cento.
CAPPRI é um projecto de capacitação para professores primários, a nível nacional com diferentes fases de implementação, visando preparar os docentes para fazerem o seu trabalho de forma fácil, apelativa e inovadora, em três áreas essenciais: leitura e escrita, matemática e desporto, arte e cultura.
Maria Cândida Teixeira destacou a importância da capacitação dos professores por terem responsabilidades na formação dos cidadãos de sucesso, e sublinhou que, através da metodologia “ensinar a ensinar”, o projecto CAPPRI introduz no dia a dia do professor uma nova metodologia de ensino que facilita
O projecto CAPPRI vai funcionar em Luanda com 21 educadores e a formação vai decorrer em dois períodos do dia, durante 15 dias.
Leonor Machado admitiu que o projecto vai melhorar o desempenho dos professores, a metodologia do ensino, o desenvolvimento da motivação, a competência dos alunos e o aproveitamento escolar.
Anualmente, os professores capacitados vão receber formação para avaliar o grau de implementação dos conhecimentos adquiridos. O valor de cada professor capacitado no projecto CAPPRI é de 40 mil kwanzas, e para cada criança com impacto no projecto é abaixo de mil kwanzas.