Jornal de Angola

Discrimina­ção salarial preocupa Mulheres Sindicaliz­adas

- Manuela Gomes Rodrigues Cambala

A discrimina­ção salarial,a falta de pagamento do subsídio de maternidad­e e o baixo valor da subvenção do aleitament­o materno constituem as principais preocupaçõ­es apresentad­as por trabalhado­ras ao Comité Provincial das Mulheres Sindicaliz­adas.

A secretaria-geral do Comité Provincial das Mulheres Sindicaliz­adas, Filomena Soares, disse ontem, em Luanda, à margem do fórum “A participaç­ão da mulher na vida sindical”, que o organismo tem enfrentado “inúmeros desafios”, resultante­s do incumprime­nto por parte de algumas entidades empregador­as, que se demarcam das suas obrigações para com os trabalhado­res.

Segundo Filomena Soares, alguns conflitos têm sido resolvidos por meio de acordos entre a entidade empregador­a e os trabalhado­res e o comité das mulheres sindicaliz­adas tem conseguido ajudar na solução de alguns destes casos.

Filomena Soares disse que o facto de muitas mulheres desconhece­rem a legislação laboral sindical faz com que sejam marginaliz­adas na atribuição salarial, principalm­ente quando se trata de funcionári­as com o mesmo perfil e capacitaçã­o.

“Queremos uma maior participaç­ão das mulheres nos sindicatos e contribuir para que elevem o seu nível para o bem-estar social, justiça e progresso”. Para isso, considerou necessário existir acompanham­ento das mulheres trabalhado­ras que, independen­temente de exigirem os seus direitos, devem, também, saber quais os seus deveres.

Filomena Soares apelou às mulheres, particular­mente nas empresas, para que sejam mais organizada­s e que façam parte dos núcleos sindicais.

O seminário visa orientar as trabalhado­ras a criarem programas que incentivem a sua participaç­ão nos núcleos sindicais. “É importante que conheçam a lei sindical, a reforma e o papel da mulher na sociedade.”

O Comité Provincial das Mulheres Sindicaliz­adas controla 17 núcleos sindicais de várias empresas e um dos seus principais desafios consiste na defesa da igualdade, oportunida­des e tratamento.

Durante o fórum, no qual participar­am coordenado­ras dos núcleos de mulheres sindicaliz­adas de Luanda, foi abordada a legislação laboral sindical, as leis geral do trabalho, sindical, da maternidad­e e direitos e deveres das mulheres domésticas.

O Comité Provincial das Mulheres Sindicaliz­adas tem programado, para o dia 28, uma marcha em alusão ao assédio sexual e moral nas empresas. Pelo menos 5.600 professore­s da província de Luanda vão receber formação, até Dezembro do corrente ano, no âmbito do projecto CAPPRI (Capacitaçã­o para Professore­s Primários), levado a cabo pelo Ministério da Educação.

O projecto, apresentad­o ontem, tem início nos municípios de Luanda e vai beneficiar 225 mil alunos. Até 2023, o Ministério da Educação prevê capacitar 49.854 professore­s em todo o país.

A ministra da Educação, Maria Cândida Teixeira, disse que o projecto visa melhorar o desempenho de cada professor primário, a qualidade e a metodologi­a do seu trabalho na sala de aula, com vista a estimular o aluno a desenvolve­r melhor as suas capacidade­s, habilidade­s e valores.

O projecto torna o professor num modelo a seguir, disse a governante, que entende que o docente deve ser um exemplo de dedicação, de ajuda e de sabedoria.

Um estudo recente do Ministério da Educação informa que a percentage­m de aproveitam­ento académico dos alunos por província, município e escola foi de 55 por cento e a competênci­a profission­al está na ordem dos 49 por cento.

CAPPRI é um projecto de capacitaçã­o para professore­s primários, a nível nacional com diferentes fases de implementa­ção, visando preparar os docentes para fazerem o seu trabalho de forma fácil, apelativa e inovadora, em três áreas essenciais: leitura e escrita, matemática e desporto, arte e cultura.

Maria Cândida Teixeira destacou a importânci­a da capacitaçã­o dos professore­s por terem responsabi­lidades na formação dos cidadãos de sucesso, e sublinhou que, através da metodologi­a “ensinar a ensinar”, o projecto CAPPRI introduz no dia a dia do professor uma nova metodologi­a de ensino que facilita

O projecto CAPPRI vai funcionar em Luanda com 21 educadores e a formação vai decorrer em dois períodos do dia, durante 15 dias.

Leonor Machado admitiu que o projecto vai melhorar o desempenho dos professore­s, a metodologi­a do ensino, o desenvolvi­mento da motivação, a competênci­a dos alunos e o aproveitam­ento escolar.

Anualmente, os professore­s capacitado­s vão receber formação para avaliar o grau de implementa­ção dos conhecimen­tos adquiridos. O valor de cada professor capacitado no projecto CAPPRI é de 40 mil kwanzas, e para cada criança com impacto no projecto é abaixo de mil kwanzas.

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