Ramaphosa pede reforço da segurança nas minas
A África do Sul vai reforçar os regulamentos de segurança nas zonas mineiras para responsabilizar os operadores pelas mortes acidentais no sector, anunciou o Presidente Cyril Ramaphosa.
“Vamos reforçar os regulamentos para garantir que aqueles que administram estas minas sejam responsáveis por si mesmos, porque não podemos continuar a ter muitas mortes”, disse Ramaphosa, antigo activista do sindicato das minas durante o apartheid.
O Estadista falava ao canal de notícias eNCA na sequência da morte de seis mineiros, domingo, num incêndio subterrâneo numa mina de cobre operada pela Palabora Mining, a última tragédia que atingiu as minas da África do Sul.
A segurança é um grande desafio nas minas sul-africanas e, cada vez mais, um foco para os investidores. Uma série de mortes nas minas de ouro de Sibanye-Stillwater, incluindo um evento sísmico que provocou a morte de sete mineiros no início de Maio, aumentaram estes riscos.
Cyril Ramaphosa indicou que este ano já morreram 54 mineiros nas minas da África do Sul. Quanto à questão da reforma agrária, Ramaphosa disse que as negociações continuam com os líderes tradicionais, que no início do mês advertiram o Congresso Nacional Africano (ANC) para excluir as terras controladas pelos chefes locais dos seus planos para redistribuir a propriedade à maioria negra.
Os líderes são vistos como fundamentais para a base política do ANC e controlam uma área que compreende 13 por cento das antigas terras e relíquias empobrecidas do apartheid, onde a maioria dos sul-africanos negros estava, literalmente, sob o domínio da minoria branca.
Os reformistas partidários querem diluir o seu poder, proporcionando ao povo, em tais zonas, a propriedade directa por meio de escrituras públicas.
Os planos do ANC de alterar a Constituição para permitir que o Governo exproprie as terras sem compensação visando corrigir as disparidades raciais têm inquietado os investidores, uma vez que fazem lembrar as expropriações de fazendas que arruinaram a economia do Zimbabwe. Cyril Ramaphosa exige responsabilização pelas mortes nas minas