Nova técnica reduz riscos na remoção de tumores
Um professor de Neurorradiologia da Universidade do Algarve (UAlg) está a implementar em Portugal uma técnica criada por uma equipa multidisciplinar que permite reduzir os riscos cirúrgicos na remoção de tumores na base do crânio.
Segundo Pedro Gonçalves Pereira, trata-se de um desenvolvimento avançado da técnica de Tracto Grafia por Ressonância Magnética que é aplicada no planeamento cirúrgico destes tumores, que representam dez a 15 por cento de todos os tumores intracranianos, para identificar e preservar os nervos cranianos durante a cirurgia.
“Os tumores, ao crescerem, acabam por interferir com a função dos nervos e o cirur- gião, quando os aborda, só tem a percepção da localização dos nervos que estão desviados quando está a remover o tumor”, explicou o médico à agência Lusa, acrescentando que a nova técnica permite conhecer a localização do desvio dos nervos antes da cirurgia.
De acordo com o docente do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da UAlg, na técnica de ressonância que existia até há poucos anos “essa diferenciação antes da cirurgia não era conseguida”, causando, em alguns casos, o corte inadvertido de um nervo, com “implicações definitivas” para o doente.
Por outro lado, sublinha, o tipo de tecido nervoso do tumor em relação ao nervo “é muito parecido”, não sendo fácil distinguir pelo cirurgião apenas pela observação visual, o que faz com que esta diferenciação, através de imagens, torne as cirurgias mais seguras e mais rápidas.
O método permite obter as imagens em aproximadamente seis minutos, quando existem centros que demoram 40 minutos a obter a mesma informação.
Conseguem obter-se imagens de estruturas nervosas que têm menos de um milímetro de diâmetro, que são, em norma, difíceis de visualizar, ainda mais quando há um tumor a comprimi-las ou a desviá-las.