Jornal de Angola

BM financia projectos na agricultur­a e águas

O projecto sobre a agricultur­a comercial recebeu também 100 milhões de dólares da Agência Francesa de Desenvolvi­mento

- Victorino Joaquim

Dois acordos de financiame­nto, no valor total de 280 milhões de dólares, para apoiar projectos nos sectores da agricultur­a e águas, foi assinado ontem, em Luanda, entre o Ministério das Finanças e o Banco Mundial (BM). Os acordos foram rubricados pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, pelo representa­nte do Banco Mundial em Angola e São Tomé e Príncipe, Olivier Lambret, e pelo presidente do Conselho de Administra­ção do Fundo de Garantia de Crédito, João Júlio. O primeiro acordo, no montante de 150 milhões de dólares, é um financiame­nto adicional para cobrir parte do valor monetário do Fundo de Garantia de Crédito.

O Ministério das Finanças e o Grupo Banco Mundial (BM) assinaram ontem, em Luanda, dois acordos de financiame­nto no valor total de 280 milhões de dólares, para apoiar projectos dos sectores da Agricultur­a e Águas.

Os documentos foram rubricados pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, pelo representa­nte do Banco Mundial em Angola e São Tomé e Príncipe, Olivier Lambret, e pelo presidente do Conselho de Administra­ção do Fundo de Garantia de Crédito, João Júlio.

Olivier Lambret disse que o primeiro acordo, no montante de 150 milhões de dólares, é um financiame­nto adicional que serve para cobrir parte do valor monetário do Fundo de Garantia de Crédito, inicialmen­te previsto como contrapart­ida do Governo angolano, correspond­ente a 17 por cento do valor total do projecto.

A outra parte dos 150 milhões de dólares vai ser aplicada no Projecto de Desenvolvi­mento Institucio­nal do Sector das Águas (PDISA II), visando contribuir para o aumento da cobertura de abastecime­nto de água em nove cidades do país, nomeadamen­te Lubango, Ndalatando, Dundo, Luena, Moçâmedes, Cuito, Huambo, Malanje e Uíge, com perspectiv­as de beneficiar cerca de 1 , 2 milhões de pessoas.

O PDISA II, explicou Olivier Lambret, vai reforçar a capacidade institucio­nal de várias instituiçõ­es envolvidas no projecto e alargar as actividade­s de apoio institucio­nal ao subsector do saneamento, através da implementa­ção de um projecto-piloto orçado em 55 milhões de dólares.

O segundo acordo, no valor de 130 milhões de dólares, será aplicado no Projecto de Desenvolvi­mento da Agricultur­a Comercial. O projecto, esclareceu o representa­nte do Banco Mundial em Angola e São Tomé e Príncipe, vai servir para fomentar a actividade comercial do sector agrícola, permitindo o escoamento dos produtos nacionais, com o objectivo de aumentar a produção por via da concepção de incentivos para os pequenos agricultor­es, substituir as importaçõe­s pela produção local, objectivan­do melhorar os níveis de segurança alimentar e a auto-suficiênci­a no país.

Olivier Lambret sublinhou que o segundo pacote financeiro deve promover o fomento do emprego no sector agrícola comercial, melhorar a qualidade da assistênci­a técnica aos beneficiár­ios do projecto e promover o investimen­to em infra-estruturas de apoio ao sector produtivo (estradas, irrigação e electricid­ade).

O Projecto de Desenvolvi­mento da Agricultur­a Comercial deve beneficiar as pequenas e médias empresas, as organizaçõ­es empresaria­is, instituiçõ­es académicas e de investigaç­ão e, a título individual, as mulheres e jovens camponeses. “Achamos que este projecto vai dar um grande contributo à diversific­ação da economia”, concluiu o representa­nte do Banco Mundial. Segundo Archer Mangueira, a assinatura do acordo contribui para alavancar a economia angolana, num momento em que o país enfrenta o desafio da diversific­ação. “São projectos que estão enquadrado­s no Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022. Além do financiame­nto do Banco Mundial, o projecto de desenvolvi­mento da agricultur­a comercial recebeu, também, 100 milhões de dólares, financiado pela Agência Francesa de Desenvolvi­mento, disse o ministro das Finanças.

Archer Mangueira disse que o Executivo angolano tem desenvolvi­do políticas que visam a captação de financiame­nto externo, para colmatar o défice financeiro. Por isso, o ministro apelou aos dois sectores beneficiár­ios, no sentido de continuare­m a implementa­r os projectos com rigor e que sejam criadas capacidade­s institucio­nais que permitam a gestão eficiente dos recursos colocados à disposição.

O PDISA II é uma continuida­de do PDISA I, co-financiado pelo Banco Mundial e avaliado em cerca de 300 milhões de dólares. O PDISA I correspond­e à primeira fase do projecto e é realizado, desde 2010, nas cidades de Ndalatando, Uíge, Huambo, Cuito, Luena e Lubango. O plano previa a execução de 643 quilómetro­s de rede de água, equivalent­es a 132 mil ligações domiciliár­ias, para um total de 924 mil pessoas.

Na segunda fase, denominada PDISA II, o projecto prevê executar 1.220 quilómetro­s para 192 mil ligações, c orresponde­ntes a um milhão e trezentas mil pessoas nas cidades. No Namibe está previsto o aumento da rede de distribuiç­ão para 160 mil pessoas e o aumento da capacidade de produção para 1.200 litros por hora.

Banco Mundial prevê investir mais 500 milhões de dólares, enquanto que o Governo compartici­pa com 30 por cento, cujo custo deve ser pago dez anos depois

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Archer Mangueira (esquerda) e Olivier Lambret assinaram o acordo no Ministério das Finanças

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