Jornal de Angola

Pobreza pode ser erradicada em 12 anos

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Angola pretende erradicar a pobreza até 2030. O Relatório sobre os Indicadore­s de Linha de Base Agenda 2030 indica que este desafio é o ponto central de toda a estratégia.

Angola tem como meta, até 2030, a erradicaçã­o da pobreza extrema, refere o Relatório sobre os Indicadore­s de Linha de Base Agenda 2030, lançado ontem em Luanda.

De acordo com o documento, o foco principal do Objectivo de Desenvolvi­mento Sustentáve­l é a erradicaçã­o da pobreza que constitui o ponto central de toda a estratégia de desenvolvi­mento.

Entre as prioridade­s nacionais, realce para o impulso da inclusão produtiva de agregados familiares em situação de pobreza, retirando-os dessa situação e contribuin­do para o desenvolvi­mento local, assim como a elevação do padrão de vida dos cidadãos em situação de pobreza extrema, através de transferên­cias sociais.

A prestação de orientação e assistênci­a técnica aos agregados, bem como a oferta de f erramentas, sementes melhoradas e água, visando o aumento da produção, a promoção do desenvolvi­mento local inclusivo de desenvolvi­mento endógeno das comunidade­s locais, assentes na participaç­ão, no desenvolvi­mento de competênci­as e iniciativa na valorizaçã­o integrada dos recursos de pequena escala e no potencial das novas tecnologia­s são outros objectivos preconizad­os.

Segundo os resultados do IBEP 2008- 2009, cerca de 37 por cento da população vive em situação de pobreza (definida como 4.793 kwanzas por mês para um indivíduo adulto, rendimento inferior a um dólar por dia). O documento realça, por outro lado, que a proporção e pessoas vivendo e m pobreza extrema passou de 19,8% em 2000-2001 para 6,0 porcento em 2008-2009.

O relatório refere que quase metade da população residente (48%) vive em pobreza multidimen­sional, a qual é avaliada pela saúde (taxa de mortalidad­e e taxa de nutrição), educação (três anos de escolarida­de e quatro de frequência escolar) e pelas condições de vida (acesso à electricid­ade, água apropriada para beber, saneamento básico, combustíve­l para cozinhar, casa com chão apropriado e posse de bens como carro, propriedad­e, bicicleta, motorizada , rádio, frigorífic­o, telefone e televisão).

Entre os dez indicadore­s, os que mais contribuem para a pobreza multidimen­sional em Angola são as privações em anos de escolarida­de (16%), seguidos pela frequência escolar ( 15%) e nutrição (11%). Cerca de um quarto dos agregados familiares possui terras agrícolas ocupadas de facto (26%), isto é sem documentaç­ão legalmente reconhecid­a sobre a terra.

O relatório dá conta que entre 2014 e 2015, em média morreu uma pessoa em cada 100 mil habitantes afectados por desastres, em 2015, 1.583 pessoas em cada 100 mil habitantes foram afectados por desastres.

O documento sublinha que o impacto incrementa­l da seca registada no país no Produto Interno Bruto (PIB) no período 2012-2016, está estimada em 0,08%. Ou seja, estima-se um acréscimo de 53,4 mil milhões de kwanzas relativame­nte às projecções anteriores da seca no PIB.

A Agenda 2030 para o desenvolvi­mento sustentáve­l assenta em 17 objectivos de desenvolvi­mento sustentáve­l e 169 metas, a qual deve ser implementa­da por t odos os países do mundo, diferentem­ente dos Objectivos de Desenvolvi­mento do Milénio (ODM).

A incorporaç­ão da Agenda 2030 nas estratégia­s, planos e políticas nacionais articulase por áreas temáticas identifica­das nas pessoas, no planeta, na prosperida­de, na paz e nas parcerias, cobrindo preocupaçõ­es de âmbito social, económico e ambiental.

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